A mais importante é, sem dúvida, a da pesca, embora se encontre ainda agarrada aos tradicionais moldes da antiga China, isto é, agrupada em volta das chamadas «Casas de peixe», ou «Lans», proprietárias dos juncos de alto mar e que tem, simultaneamente, um regime de empresas tanto comerciais como mutualistas. Em terra, e em apoio desta indústria, desenvolve-se, por sua vez, uma outra, de construção naval, com vários estaleiros em plena laboração.

Por ordem de grandeza do valor do produto, e até pela mão-de-obra utilizada, à indústria da pesca sucede-se a de panchões, com as principais fábricas instaladas na ilha de Taipa.

São também indústrias de relevo a do fabrico de vinho chinês e de fósforos. Estes são até considerados os melhores do Extremo Oriente, e, por isso mesmo, a sua exportação estende-se não só à China pomo também à Indochina, Malásia, Filipinas, Japão e Indonésia, enquanto que, por sua vez, o vinho chinês satisfaz perfeitamente o mercado da província.

Por imprescindíveis nas diversas cerimónias religiosas, são também muito procurados os chamados «pivetes», pelo que, de certo modo, se justifica a inclusão da sua indústria entre as principais actividades industriais da província.

Finalmente, alinham-se as restantes indústrias de Macau: artefactos de malha e tabaco solto e preparado, indústrias estas, contudo, sem qualquer projecção económica de vulto na província.

Resta dizer que estas indústrias são quase todas chinesas e que, por esse motivo, se torna muito difícil obter dados satisfatórios das empresas respectivas, pois estas mostram-se, como é, aliás, tradicional, muito suspeitosas.

Todavia, a avaliar pelas exportações e transacções havidas, podemos, segundo informações da província, elaborar o quadro que segue, elucidativo da quantidade e valor dos principais produtos exportados em cada um dos anos do biénio 1957-1958, entendendo-se por «principais produtos» apenas aqueles cuja exportação ati ngiu no último ano mais de 1 milhão de patacas:

(b) Peças.

Vejamos seguidamente quais os territórios consumidores destes e de outros produtos de exportação da província, comparando no seguinte quadro as respectivas aquisições em cada um dos anos do biénio de 1957-1958:

Por aqui se vê que Hong-Kong, consumindo 69,33 por cento do total das exportações da província, representa por assim dizer o único mercado importante dos produtos de Macau.

Todavia, é de notar o incremento que sofreram as exportações para as outras províncias ultramarinas. De facto, uma das razões que as limitaram desapareceu totalmente com o aviso de 21 de Julho de 1956 da Comissão Reguladora das Importações, o qual eliminou a dificuldade de se obterem certificados de origem pela obrigatoriedade de passarem os mesmos a ser entregues e negociados no banco emissor da província.

O efeito destas medidas foi, e será, muito favorável aos interesses da província, pois que, tornando-se obrigatório o registo na secretaria da referida Comissão Reguladora das firmas que pretendam efectuar exportações para as províncias ultramarinas portuguesas, os certificados de origem passaram a ser dados única e exclusivamente a firmas registadas em Macau e apenas para os artigos manufacturados ou transformados nesta província.

Além do exposto, tiveram também, como de «resto não poderiam logicamente deixar de ter, salutar efeito no incremento das exportações de que falamos, as avisadas medidas legislativas sobre os direitos aduaneiros entre as diferentes províncias ultramarinas.

E, a terminar, tal se prova no bem elucidativo quadro que a seguir inserimos, a respeito da evolução dos quantitativos exportados pela província de Macau para