afoitamente que há em Portugal uma plêiade brilhante de homens públicos notabilíssimos em quem podemos confiar, alguns dos quais são actualmente distintos colaboradores do Sr. Presidente do Conselho.

Felizmente são muitos, e o actual Ministro da Justiça é incontestavelmente um deles, aliando às suas magníficas qualidades de estadista um bem vincado sentimento patriótico, que claramente se manifestou no magnífico improviso que proferiu no almoço que lhe foi oferecido nos Paços do Concelho de Leiria e que fez vibrar intensamente a alma de todos os que o ouviram.

Sendo o amor da Pátria um sentimento tão poderoso que leva os humanos a sacrificar, sem hesitação, a sua própria vida e faz com que pessoas mal dotadas intelectualmente sejam capazes de realizar verdadeiros milagres, muito mais poderão fazer os homens cultos e dotados de grande capacidade intelectual, como o actual Ministro da Justiça, a quem, para terminar, agradeço, mais uma vez, o grande benefício que fez à minha linda e histórica cidade de Leiria, que muito admiro e amo e à qual me prendem gratíssimas recordações.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei sobre o abastecimento de água das populações rurais.

Tem a palavra o Sr. Deputado Amaral Neto.

O Sr. Amaral Neto: - Sr. Presidente: assim como os povos felizes não têm história, segundo se diz, assim as leis felizes não deveriam sofrer debate, consagrando-se na aclamação o acerto do legislador.

O primeiro e mais forte motor da minha vinda à tribuna não é, pois, o intuito de apreciar esta proposta de lei e preconizar aí ou além alguma emenda que pode ser somente erro de juízo pessoal; nem é sequer o de atestar a sua oportunidade e a sua utilidade tão evidente; é, sim, o de prestar a propósito dela a homenagem que entendo devida ao Ministro insigne, espelho ao mesmo tempo de técnicos e de políticos, que a subscreve.

O Sr. Melo Machado: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Eng. Eduardo de Arantes e Oliveira entrou para o Governo com a sua reputação profissional feita e aprimorada na montagem e chefia do estabelecimento notabilíssimo, de reputação internacional, que é o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Como primeiro director que dele foi, deu-lhe corpo e feitio, colocando-o no nível que a sua informação muito vasta e apurado discernimento da essência das questões, portanto da natureza e da subordinação dos problemas, permitiriam desde logo pôr muito alto.

Confirmou assim o Sr. Engenheiro Arantes e Oliveira os seus créditos de ornamento dos mais destacados da profissão, e isto posso dizê-lo, Sr. Presidente, mio por aperfeiçoar um cumprimento, mas por saber, como colega no ofício em que nunca passei de aprendiz, mas entranhadamente amei, quanto todos o estimávamos e admirávamos, mesmo só de reputação ou conhecimento distante.

O Sr. Pinho Brandão: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Chamado em hora feliz às responsabilidades do Poder, o autuai titular da pasta das Obras Públicas passou a mostrar que- às qualidades de técnico, isto s, de perito no modo de fazer, junta as de político, hábil em determinar o que fazer e em aproveitar as condições de o fazer melhor.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E sossegadamente, sem alardes, perante a Nação de apetites aguçados por uma obra crescente de grandeza, em departamento que tem porventura a mais feliz continuidade de sucessos dos 30 anos da nossa renovação, com inteligência, com tacto, com estudo, com afincado trabalho, Arantes e Oliveira conseguiu não somente honrar e continuar a tradição brilhantíssima dos seus grandes antecessores como encontrar campos novos aonde a acção desses não chegara e onde se lê soube obter resultados felizes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Porque ele excede o grau da competência que temos o direito de esperar no seu alto posto e a exerce numa discrição que pode iludir o País, se desatento, quanto aos méritos deste seu grande servidor, é-me grato aproveitar a oportunidade para prestar a homenagem que qualquer lhe deveria e em que creio não ter excedido a objectividade que o lugar me impõe e o feitio próprio me comanda.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Pois é no prosseguimento de uma gestão muito feliz que o Ministro das Obras Públicas nos manda a proposta de lei sobre abastecimento de água das populações rurais, apoiando-se nos estudos e trabalhos da Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização, cujos dirigentes e agentes o País recebe como amigos e tem por beneméritos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Responde com essa proposta a pedidos, e instantes foram, que formulámos quando da discussão do Plano de Fomento, mas não é o caso de dizer-se que lhe suscitámos a ideia, pois não se ignora que para inclusão nesse Plano, e benefício de créditos quiçá ainda maiores, foi primeiramente estudado o esquema que, desatendido lá, veio transformar-se autónomo nesta proposta.

Ela visa a impulsionar o abastecimento de água das populações rurais do continente, concedendo para tanto, em globo, maior volume de comparticipações do Estado, individualmente maiores percentagens de comparticipação e facilidades de negociação d p empréstimos para ns financiamentos complementares.

Ao mesmo tempo manda inventariar os recursos hidráulicos para se saber melhor onde procurar a água;