da sugestão da Câmara Corporativa para substituir a expressão «não amadores», proposta pelo Governo, pela expressão «subsidiados». Em meu parecer, a expressão «não amadores», além de merecer consagração internacional, enquadra, sem esforço, todas as formas de compensação material que se queira admitir nesta categoria intermédia de praticantes desportivos.

Igualmente me parece de combater tenazmente tudo quanto possa fazer perder ao desportista por amor ao desporto; como principio básico, receber prémios de natureza pecuniária, muito menos se consentindo que o desportista amador os possa vir a perceber sob qualquer disfarce.

Considere-se ainda que a prática de um desporto que utilize profissionais se pode concretizar em qualquer ponto do país; contudo, atende-se que só as cidades de Lisboa e Porto contam com organizações desportivas cujo poderio financeiro talvez fosse capaz de aguentar com as despesas resultantes do exercício das modalidades desportivas reservadas aos amadores.

A aceitar-se a sugestão da Câmara Corporativa, um clube desportivo da província, com um ou dois profissionais e os restantes como não amadores, ou praticaria as modalidades reservadas aos amadores ou não poderia existir. Pergunto a mim mesmo: como seria possível a prática do basquetebol, do hóquei patinado e de tantos outros desportos (sem falar da natação) em tantas o tantas cidades do País que não dispõem de recintos apropriados para tal?

O Sr. Mário de Figueiredo: - Só quero dizer a V. Exa., em defesa da Câmara Corporativa, que a disposição que pressupõe as suas críticas, às quais eu me associaria em parte, não foi mencionada com o sentido que V. Exa. lhe deu.

Estou convencido de que não estava no pensamento da Câmara Corporativa, ao redigir o n.º 2 da base IX, obrigar todos os clubes que têm atletas profissionais a ter todas as modalidades desportivas, indo até às consequências que V. Exa. está a tirar dessa fórmula.

Estou convencido disso, porque, se assim não fosse, também me associaria às criticas de V. Exa.

O Orador: - De resto, é fundamentada a esperança de que muitas organizações desportivas, ao profissionalizarem-se, abandonem a prática das modalidades reservadas aos amadores, permitindo, naturalmente, o seu

desenvolvimento dentro do mais puro e desejável espírito de amadorismo.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. Amanhã haverá sessão, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

Alberto Carlos de Figueiredo Franco Falcão.

Alberto Cruz.

Alberto da Rocha Cardoso de Matos.

Alfredo Rodrigues dos Santos Júnior.

Américo da Costa Ramalho.

André Francisco Navarro.

António Maria Vasconcelos de Morais Sarmento.

Armando Cândido de Medeiros.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Belchior Cardoso da Costa.

Carlos Coelho.

Carlos Monteiro do Amaral Neto.

João da Assunção da Cunha Valença

João Carlos de Sá Alves.

Joaquim de Pinho Brandão.

José António Ferreira Barbosa.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Herminio Saraiva.

José Rodrigues da Silva Mendes.

José dos Santos Bessa.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Manuel Nunes Fernandes.

Manuel Tarujo de Almeida.

D. Maria Irene Leite da Costa.