Jorge Pereira Jardim.

José Dias de Araújo Correia.

José Fernando Nunes Barata.

José de Freitas Soares.

José Garcia Nunes Mexia.

José Guilherme de Melo e Castro

José Hermano Saraiva.

José Manuel da Costa.

José Monteiro da Bocha Peixoto.

José Rodrigo Carvalho.

José Rodrigues da Silva Mendes.

José Sarmento de Vasconcelos e Castro.

José Soares da Fonseca.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Laurénio Cota Morais dos Reis.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel José Archer Homem de Melo.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Nunes Fernandes.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Ta rujo de Almeida.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.

Mário Angelo Morais de Oliveira.

Mário de Figueiredo.

Martinho da Costa Lopes.

Paulo Cancella de Abreu.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Ramiro Machado Valadão.

Rogério Noel Feres Claro.

Sebastião Garcia Ramires.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Urgel Abílio Horta.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Vítor Manuel Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 81 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o Diário das Sessões n.º 155.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Como nenhum Sr. Deputado deseja fazer uso da palavra, considero-o aprovado.

Deu-se tonta do seguinte

Da Direcção do Grémio da Lavoura de Braga a apoiar a intervenção do Sr. Deputado António Lacerda sobre a situação dos grémios da lavoura.

Do presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz a apoiar a intervenção do Sr. Deputado Santos Bessa na sessão do 17 do corrente.

O Sr. Presidente: - Enviado pela Presidência do Conselho, e para cumprimento do disposto no § 3.º do artigo 109.º da Constituição, encontra-se na Mesa o Diário do Governo n.º 61 e 62, 1.ª série, de 15 e 16 do corrente, que inserem os Decretos-Leis n.º 42 874, que aprova, para ratificação, a Convenção n.º 12, sobre a reparação de acidentes de trabalho na agricultura, adoptada pela Conferência Geral da Organizarão Internacional do Trabalho, que se reuniu em Genebra, em 25 de Outubro de 1921, e n.º 42 875, que abre créditos destinados a reforçar verbas inscritas no capítulo 7.º do orçamento de encargos gerais da Nação. respectivamente.

Como não está ninguém inscrito pura usar da palavra antes da ordem do dia, vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei sobre a reorganizarão do desporto.

Tem a palavra, o Sr. Deputado Peres Claro.

O Sr. Peres Claro: - Sr. Presidente, pode considerar-se explosiva a matéria com que esta Câmara está a agora a trabalhar. Mexer no desporto, em especial no futebol, tem grandes perigos, pois como de futebol todos entendem, como em futebol todos são catedráticos qualquer coisa que um diga é muito bem percebido por todos, muito bem comentado em jornais e tertúlias, muito bem analisado aos balcões, às secretárias nus cadeiras dos barbeiros. O que tiver de ser dito sobre desporto tem de ser pensado com muita cautela mas, por mais cuidado que haja, por um corrente vício de apreciação (justificado, aliás), sempre muitos hão-de descobrir, na sombra das palavras ditas, a defesa; dos interesses de um clube qualquer.

Parece que homens respeitáveis têm perdido a cabeça pelo seu clube, não apenas nos campos desportivos, o que ainda seria justificável, mas na serenidade dos gabinetes. E tão escandalosamente às vezo que tem de haver vassourada ministerial...

O meu velho professor de Filosofia, democrata que não escondia as suas convicções, costumava dar-nos grandes largas, ou nós as tomávamos. E. de, vez eu quando, aplicando com a sua mão enorme um estrondoso murro na mesa para impor o silêncio, comentava; o nosso desassossego e fazia esta observação, aqui hoje, professor já, dou muito valor: «As minhas aulas são o termómetro da Nação». Despida de qualquer possível intenção política (que naturalmente a tinha) a frase é cheia de verdade psicológica e eu tentado estou a aplicá-la nesta conjuntura.

Ouve-se comummente dizer que o desporto - nomeadamente o futebol - é uma oportuna válvula do escape, por onde se estravaza o espumejar do nosso temperamento latino. Os árbitros serão assim mais vítimas do que culpados, as discussões e agressões serão assim abençoados embates. Não sou eu quem nega nem a realidade nem a felicidade do facto. Mas, sem sair dos domínios da física, desejava parafrasear aquela feliz observação psicológica do meu professor de Filosofia: o desporto é também o termómetro da Nação, mas termómetro de duas leituras, uma para quem põe, outra para quem o usa. Se através dele, pode avaliar-se do grau de educação e da forca da reacção do povo, se através dele pode inferir-se, o grau de preparação técnica e moral de toda a espécie de dirigentes, é também através dele que o povo avalia a posição do Governo no seio da Nação: se o Governo está atento a tudo quanto à sua volta se passa, se e Governo está ou não disposto a consentir desmandos, se enfim, o Governo continua a ser o defensor também: da ordem moral da Nação.

Se a matéria de que estamos a tratar é explosiva e a muito, por isso, se arrisca quem lhe deite a mão.