insular está a este respeito profundamente inquieta, correndo sírio risco de perder-se politicamente todo o beneficio resultante do notável conjunto de obras realizadas naquela ilha com o interesse constante e sob a égide de Salazar, que todos os madeirenses respeitosamente admiram e veneram, requeiro que pelo Ministério das Comunicações me seja fornecida, com a maior urgência, uma cópia, das conclusões a que chegaram os laboratórios estrangeiros encarregados de estudar a viabilidade técnica da construção de um aeródromo em Santa Catarina, próximo de Santa Cruz, na ilha da Madeira conclusões essas que deviam ter sido apresentadas até ao fim de Marco último.

No caso de as referidas conclusões não terem ainda sido formuladas roqueiro que seja informado da data provável em que, como Deputado da Nação, delas posso ter conhecimento, a fim de, nesta Assembleia, me poder ocupar novamente do problema que neste momento mais interessa no futuro e ao progresso da Madeira».

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade o projecto de lei do Sr. Deputado Camilo de Mendonça sobre remunerações dos corpos gerentes de. certas empresas.

Tem a palavra o Sr. Deputado Homem de Melo.

porque logo no inicio da sua experiência governativa. Salazar proclamou o direito á política de verdade cuidarei acima de tudo de falar verdade doa a quem doer.

Não sei bem porque recordo neste momento um velho conceito que ensina assim: «Se queres viver faz de morto». Ainda há poucos dias um dos nossos mais ilustres colegas antigo ministro alta figura da nossa vida pública aqui referia o brocarda talvez desgostoso com a marcha de certas coisas. A verdade porém é que o «não fazer ondas» se tornou lugar-comum mas manda a justiça que se afirme não ser o conceito e a atitude monopólio português. Trata-se de um sinal dos tempos: não o classifico uma vez que nunca aderi.

Isto significa que ao agitar as aguas superficialmente tranquilas da nossa vida pública corro o disco de me afogar salvando embora a minha consciência o meu patriotismo e o meu amor á verdade. O facto só teria graves consequências pessoais se procurasse posições,

certas coisas. A verda-de, porém, é que o «não fazer ondas» se tornou lugar-comum. mas manda a justiça que se -afirme não ser o conceito e a atitude monopólio jxuiiiguês. Trata-se de um sinal tios t-empos: não o classifico, unia vez que nunca aderi. Ixto .liguifica que ao agitar as águas, siipe-rficialmenti-; tranquilas, da niissü vida pública corro o ri

O Sr. Carlos Moreira: - Muito bem!

revoluções, tantas se haviam já sofrido, tão habituado a elas o País se encontrava.

O difícil era assim, que a Nação compreendesse que a arrancada de Braga não era mais uma entre tantas revoluções, mas que se afirmava como um movimento de carácter patriótico, diligenciando identificar-se com os superiores interesses da grei.

A 34 anos do distância ninguém pode duvidar do fracasso da Revolução se não tivesse aparecido, na hora própria, o doutrinador esclarecido, o mestre respeitado, numa palavra: o homem de Estado.

Sr. Araújo Novo: - Muito bem!

Orador: - Salazar surge e ilumina as sombras da vida pública portuguesa: dois anos após a Revolução, o Pais habituado, enfim, a um estilo novo de governo e sentindo um clima de trabalho, o Pais obedecia e tinha fé. A inquietação nos espíritos dissipara-se: a tranquilidade regressara à rua.

Mais ao mito da liberdade desenfreada e pecaminosa (recordo, amargurado e envergonhado, o 19 de Outubro, como símbolo trágico de uma época que não podia deixar saudades) foi-se insensivelmente sucedendo o mito da intangibilidade, porventura menos grave, mas ainda preocupante. É que criticar passara a ser sinónimo de combater, e instituída a censura, organizados certos métodos de larga eficiência, à custa daquela o destes se conseguiu o desinteresse de uns e o receio de outros, pelo que alguns, agindo â sombra das circunstâncias e do prestígio do homem que salvara o País, verificaram com relativa facilidade, que chegara a sua hora e cuidaram de se servir proclamando que serviam.

O rodar dos anos só poderia ter agravado a conjuntura, porque à medida que o tempo passa falece a