Não é possível agora, pelo espaço e tempo que tomaria, fazer descer a análise de cada capítulo numa longa série de anos. Haveria talvez nisso interesse prático, porque nos daria o comportamento de cada capítulo em grande número de exercícios.

Há vantagem, porém, em arquivar a origem das receitas ordinárias por capítulos desde o período anterior à guerra e durante certo número de anos.

O quadro a seguir dá os valores cobrados em cada capítulo orçamental, em milhares de contos:

Os simples valores absolutos não dão ideia exacta da evolução da receita, visto a moeda ter sofrido grande depreciação. Mostram apenas uma ordem de grandeza, aliás elucidativa. Há diferenças consideráveis na relatividade dos aumentos. E, se forem apenas considerados os três primeiros capítulos, nota-se que os impostos directos não tiveram o grau de aumento dos dois restantes:

Enquanto na base de 1938=100 os impostos directos aumentaram o seu índice para 377, os impostos indirectos atingiram o índice de 325. As indústrias em regime tributário especial desenvolveram-se bastante. O seu indica ultrapassou a casa dos 530, sempre na mesma base.

Mas onde mais se fez sentir o aumento de receitas neste longo período de 21 anos foi nos capítulos de rendimentos de capitais e consignações de receitas.

E é de notar que, apesar de queixas sobre a multiplicidade de taxas, talvez com razão nalguns casos, a sua receita, em relação a 1938, se conserva em posição inferior à que seria de esperar da depreciação da moeda.

Não tem grande significado, se tomado em valor absoluto, o índice dos rendimentos de capitais, que atingiu 1262, dado que é este o capítulo menos produtivo de receitas. O recuo assinalado em diversos capítulos será explicado adiante.

Repartição das receitas Manteve-se em 1958 a influência dos diversos capítulos orçamentais em relação ao conjunto das receitas. A subida dos impostos directos no quantitativo já indicado fez subir a sua percentagem no conjunto das receitas ordinárias de 30,4 para 32,6. Em contrapartida, a influência dos impostos indirectos, que se assinalava com 37,3 por cento, desceu para 36,6 por cento.

Os restantes capítulos orçamentais seguiram o sentido das variações das suas despesas, com ligeira subida nas indústrias em regime tributário especial, descida para õ por cento nas taxas, diminuição para 5,8 por cento no domínio privado e participação de lucros e decréscimos, embora ligeiros, nos restantes capítulos orçamentais.

No quadro adiante incluem-se as receitas ordinárias de cada capítulo e as respectivas percentagens no total das receitas.