Podem comparar-se os rendimentos de 1958 com os de 1928 - um longo período de 30 anos.

Se forem primeiro comparados os rendimentos rústicos de 1908 com os de 1928, notam-se consideráveis diferenças na actualização, mas de um modo geral o coeficiente de actualização vai de mais ou menos 1,5 até 3, não contando os distritos em que há concelhos já sujeitos ao regime cadastral.

Nos concelhos do Norte houve pequena interferência de peritos nas avaliações. E naquelas em que ela se deu só se acentuaram as discrepâncias entre prédios vizinhos ou distantes, de prédios que foram ou não foram sujeitos a avaliação. Os rendimentos colectáveis nos distritos do Sul, já sujeitos total ou parcialmente a regime cadastral, aumentaram muito.

Para ter ideia da influência das operações cadastrais, publica-se a seguir um pequeno mapa, onde se incluem os números de 1928 e 1958 para alguns distritos do Sul:

Houve consideráveis aumentos nalguns distritos do Sul. Os rendimentos colectáveis passaram de 22 887 contos em 1928 no distrito de Évora para 168 376 coutos em 1958 e de 15 286 contos em Portalegre para 1.14 714 contos.

Estes números definem a influência das operações cadastrais e a necessidade de as acelerar, de modo a poder estabelecer um regime para todo o País que não dê lugar a profundas diferenças, sempre possíveis, até no caso de variarem os coeficientes de incidência para cálculo da contribuição predial. Deve procurar-se ajustar, tanto quanto possível, os rendimentos às realidades.

Propriedade urbana O desenvolvimento dos rendimentos colectáveis na propriedade urbana ultrapassou muito o da propriedade rústica.. O índice, na base de 1938 = 100. atingiu, no caso da contribuição predial urbana, a, cifra de 235, contra 141 na propriedade rústica.

Os rendimentos colectáveis cresceram muito um todos os distritos, mas o aumento acentuou-se no distrito de Lisboa, que de 9a 692 coutos em 1928 passou para 1 149 906 coutos em 1958 - cerca de doze vezes mais.

O rendimento colectável da propriedade urbana, que em 1938 não atingia 1 milhão de contos (957 283 coutos), quase se aproximou dos 2 250 000 contos em 1958. Os distritos com maiores rendimentos colectáveis urbanos são os de Lisboa, Porto, Setúbal, Santarém, Aveiro, Coimbra e Braga, todos com mais de 50 000 contos. Mas o de Lisboa representa mais de 50 por cento do total.

Há certo número de anomalias no acréscimo dos rendimentos colectáveis de prédios urbanos entre os vários distritos.

Os rendimentos colectáveis mais baixos estão situados nos distritos de Bragança (15 358 coutos), Viana do Castelo (20 469 contos), Vila Real (21 526 contos) e Guarda (22 019 contos). E os maiores, à parte Lisboa (1 149 906 contos) e Porto (350 360 contos), são os de Setúbal (89868 contos) e Coimbra (70 657 contos). Como se nota, há uma grande diferença entre os rendimentos colectáveis até em distritos rurais.

O desenvolvimento do rendimento colectável no distrito de Lisboa foi grande, mas não ultrapassou o de outros distritos provincianos. Com efeito, enquanto Lisboa aumentou cerca de 14 vezes o seu rendimento colectável desde 1928, houve distritos, como o de Faro. em que o rendimento colectável em 1958 é 33 vezes maior. Tão entanto, em valor absoluto, o rendimento colectável do distrito de Lisboa é mais do dobro do resto do País. Este facto demonstra a posição única de Lisboa no ponto de vista urbanístico. E se forem considerados os rendimentos colectáveis da margem esquerda do Tejo, nos concelhos de Almada, Seixal e Barreiro, que fazem, pode dizer-se, parte integrante da zona urbana de Lisboa, acentuar-se-á muito a influência dos rendimentos colectáveis urbanos.