A melhoria proveio de menor desequilíbrio negativo com os países não participantes. reduziu-se de 1 660 000 contos para 888 000 contos.
Com o ultramar o saldo positivo foi cerca de metade do de 1957 - ou 243 000 contos.
Origem das importações
Quatro países - a Alemanha, o Reino Unido, a Bélgica e a França - exportam para Portugal 6 278 000 contos, num total de 8 646 000 para a Europa, e apenas levam de Portugal 2 434 000 contos, num total de 3 791 000 contos. Quer dizer: a vida económica destes quatro países beneficia muito no seu comércio com o nosso país.
A seguir dá-se a posição desses quatro países em 1958:
Assim se verifica que o saldo negativo da balança económica é, em grande parte, devido às relações comerciais com estes quatro países, e em especial com a Alemanha.
O exame das condições de vida e do comércio externo dos países com quem mantemos mais altos desequilíbrios, acima enumerados, permite afirmar que lhes é possível elevarem o volume de compras em Portugal.
Duas hipóteses se podem pôr como explicação do actual estado de coisas.
A primeira reside na inabilidade de as actividades económicas internas produzirem em mercadorias adaptáveis em custo e qualidade aos consumos daqueles países o a segunda pode provir da relutância de elos. próprios comprarem em Portugal mercadorias para seus consumos, que obtêm de outros países, por conveniências de natureza interna ou externa.
Qualquer dos casos é remediável e há todas as vantagens em fazer um estudo definitivo do assunto que permita tomar medidas adequadas, de modo a pôr fim a
um estado de coisas que é altamente prejudicial à balança do comércio.
O comércio externo e a balança de pagamentos
Os valores da metrópole são os obtidos da estatística alfandegária, preços F. O. B., e os do ultramar são os que resultam da estatística de liquidações.
Não é fácil 110 ultramar obter valores alfandegários correctos e, além disso, como acontece em Moçambique, há certo número de cambiais que escapam ao registo, embora aparecendo na estatística de liquidações.
O exame da balança do comércio do ultramar acusa um elevado déficit, como se observa uns números publicados no parecer das contas relativo às províncias ultramarinas.
Contudo, no apuramento final da bala uca das transacções das mercadorias a parcela que corresponde ao ultramar é largamente positiva. No entanto, há que introduzir nela os efeitos do movimento do comércio externo entre a metrópole e ultramar.
À característica da balança de pag amentos da zona escudo em 1958, como, aliás, em anos anteriores, é o peso do desequilíbrio na balança de comércio da metrópole, que em valores F. O. B. atingiu 4 426 000 contos neste ano e ultrapassou 5 000 000 de contos em 1957.
Este elevado saldo negativo é em parte neutralizado pelos invisíveis, que produziram 2 102 000 contos na metrópole, e pelos saldos de mercadorias e invisíveis do ultramar, que se arredondaram em 2 962 000 contos. Destes 1 034 000 contos pertencem a invisíveis v provieram em grande parte dos portos e raminhos de ferro de Moçambique.
Noutro capitulo deste parecer dá-se a discriminação da balança de pagamentos e fazem-se alguns comentários ao seu significado, mormente à influência da parcela respeitante aos invisíveis, que produziu nu metrópole e no ultramar mais de 3 000 000 de contos.
O quadro seguinte dá, por zonas, a balança de pagamentos:
Milhares de contos
Outras zonas ......................... + 564
Querem os números dizer que se utilizam os saldos positivos das zonas dólar e outras, no total de 2 824 000 contos, no pagamento dos saldos negativos da zona da União Europeia de Pagamentos.
Em 1958 a balança do comércio externo da metrópole e ultramar, com exclusão da Guiné e Timor, foi a que segue, em militares de contos:
(a) Não inclui Guiné, Macau e Timor.
Os números de 1957, rectificados para as províncias ultramarinas, somavam 21 032 000 contos e 12 940 000 contos para as importações e exportações. Os números de 1958, sem os da Guiné s Timor, que não foram incluídos acima, são inferiores, mercê principalmente de menores importações na metrópole.
A seguir publica-se um quadro que dá a evolução da balança do comércio da comunidade.