menos de l 800 000 contos, o que é notável e mostra ou um extraordinário desenvolvimento da receita ou uma compressão excessiva da despesa. E também pode indicar que obras ou serviços liquidados por (orça da despesa extraordinária o deveriam ter sido por força da despesa ordinária.

Já o ano passado e em pareceres anteriores se deram informes e se comentaram estas divergências. A conta de 1909 deverá ser ainda mais elucidativa. Nela se poderão notar os efeitos da reforma dos vencimentos em toda a sua extensão. Também è elucidativo comparar a evolução das despesas desde o longínquo período anterior a guerra - em termos de moeda do ano. A seguir dão-se os números:

Se estas cifras forem comparadas com as já indicadas acima em termos constantes, tem-se a ideia da influência da desvalorização da moeda durante o período da guerra e depois.

A quebra na moeda produziu grandes alterações na vida do País, porque a inflação, não atalhada a tempo, leva à injusta transferência de valores exactamente numa classe de economias ou mima percentagem da população que mais deve ser defendida.

Comparando o desenvolvimento da receita e despesa ordinárias desde o período anterior à guerra notam-se alguns factos de grande interesse.

O quadro seguinte indica-os:

A principal conclusão que se tira das cifras é o grande avanço da receita ordinária sobre idêntica despesa em quase todos os anos.

O aumento da receita ordinária, se forem comparados os anos de 1038 e 1058, foi da ordem dos 6 118 700 contos, enquanto o das despesas se reduziu para 4 663 000 contos, em números redondos.

Este facto explica até certo ponto que o financiamento de muitas obras foi feito o através dos excessos da receita ordinária. Ë evidente que. se forem somados os aumentos parciais na receita e despesa, se obterão cifras muito maiores, que indicam o esforço feito no sentido de evitar o empréstimo para execução de obras ou financiamento de empresas que constitucionalmente podiam, e nalguns casos deviam, ser financiadas por empréstimos.

Repartição das despesas ordinárias orçamentadas e pagas A seguir publica-se um quadro que sintetiza, por grandes departamentos públicos, a distribuição da despesas orçamentada e paga:

O total da diferença para menos foi da ordem dos 435 000 contos, sensivelmente idêntico ao do ano passado. Como o lota l da despesa ordinária paga se arredonda em 6 -5S8 000 contos, a economia feita anda à roda de 7 ou 6 por cento, se for considerada a despesa ordinária orçamentada. Embora pareça grande a diferença em termos absolutos, a percentagem dos totais é relativamente pequena.

Evolução por Ministérios Já se escreveu ser difícil fazer comparações exactas entre as despesas ordinárias nos diversos anos. Com efeito, alterações nos serviços, ou sua transferência de Ministério para Ministério, produziriam discrepâncias, que convém ter em conta quando 'se examinam os números. No entanto, é possível extrair algumas conclusões das cifras que se publicam a seguir.