Crédito e Previdência Continua ainda em 1958 o aumento dos depósitos à ordem nos Lanços e caixas económicas. A diferença para mais foi maior do que a verificada em 1957, pois atingiu 2 275 000 contos, contra 1 359 000 contos naquele ano. Assim, os depósitos à ordem totais em bancos e caixas económicas alcançaram a soma de 29 705 000 contos, excluindo os depósitos interbancários.

Vale a pena, dada a importância do assunto, fazer a resenha da movimentação dos depósitos nos últimos anos e calcular o seu aumento.

No quadro que adiante se publica incluem-se os depósitos à ordem e a prazo, a balança, de pagamentos, e a diferença para mais em cada ano em relação ao ano anterior.

(a) Excluindo interbancários.

Nota. - Os números dos depósitos à ordem (1958) e da balança de pagamentos (1955 a 1958) foram corrigidos.

Parece ter havido uma relação bastante pronunciada entre o aumento de depósitos e os saldos da balança d& pagamentos. O exame das cifras mostra que a melhoria na balança de pagamentos corresponde a um aumento substancial nos depósitos.

Assim, em 1957 n balança de pagamentos teve um pequeno saldo, depois de corrigidos os números, reduzindo-se o aumento de depósitos à ordem para 1 639 000 contos. Em 1958 um saldo de 1 180 000 contos trouxe o acréscimo de depósitos à ordem para 2 557 000 coutos.

As variáveis-depósitos, balança de pagamentos, meios de pagamento e circulação fiduciária ou notas e moeda metálica em poder do público têm grande influência na conjuntura económica. Convém, por isso, relacioná-las num único quadro que dê à primeira vista a ideia aproximada das condições económico-financeiras prevalecentes em cada ano.

A maior valia nos meios de pagamento, que em grande parte é resultante da elevação dos depósitos à ordem, tem sido bastante grande nos últimos anos.

Em 1951 não passavam de 27 500 000 contos, e atingiram mais 14 000 000 de contos em 1908, pois se elevaram a 41 704 000 coutos, como se indica no quadro.

Este aumento não pode deixar de ter influído no mercado de capitais. Embora se não possam tirar conclusões desta simples analise, o exame do índice dos preços (índice de 1948) revela uma subida acentuada desde 1950. Nesse ano o índice era de 106 e atingiu 116 em 1957. Parece ter-se estabilizado n subida em 1958, que manteve a cifra de 116, igual à de 1957.

Quanto às relações dos depósitos u ordem com o produto nacional - e neste caso considera-se o produto interno bruto -, elas ressaltam da última coluna do quadro, que dá as suas variações desde 1951. A melhoria nos últimos três anos tem sido relativamente pequena, apesar do grande acréscimo nos depósitos e nos meios de pagamento.

Os últimos números para o produto interno bruto, ao custo dos factores, em 1958 a preços correntes arredondam-se em 55 230 000 contos, que se comparam com os números rectificados para 1957, de 53 734 000 contos. A subida foi relativamente pequena em termos constantes.

Balança de pagamentos Já no ano passado se aludiu à melhoria na balança de pagamentos em 1958. De um déficit da ordem dos 180 000 contos em 1957 passou-se para um saldo positivo de 826 000 coutos.

A situação do comércio externo na metrópole e no ultramar não é brilhante, como conhecido de todos, e perturba gravemente a balança de pagamentos. Ela é analisada noutra secção do parecer. A balança de pagamentos é hoje amparada pelos saldos dos invisíveis provenientes de serviços prestados, tanto na metrópole como no ultramar, sobretudo em Moçambique, que com balança comercial altamente deficitária, quase consegue equilibrar as suas coutas.