Não se farão grandes comentários sobre esta matéria, porquanto os números são suficientemente elucidativos. O exame do relatório do estabelecimento poderá dar mais informações a quem desejar aprofundar o problema da distribuição do crédito.

O assunto será completado mais adiante, quando se examinarem as coutas da Caixa Nacional de Crédito. A sua couta corrente com a Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência subiu este ano para 1 755 000 contos, números redondos. Uma das modalidades do crédito que convém individualizar é a do concedido aos corpos e corporações administrativas sob a forma de empréstimos a longo prazo. Às cifras para 1958 são as que seguem:

Contos

Total dos empréstimos administrativos 1 148 515

O saldo em débito destes empréstimos subiu para 1 148 515 contos, mas estão pendentes de levantamento quantias importantes que os municípios ainda não puderam utilizar por vários motivos.

O que há de interesse no exame destas cifras é a elevada percentagem que respeita às Câmaras Municipais de Lisboa e do Porto, ou cerca de 45 por cento do total. A Câmara Municipal do Porto, com um saldo em débito da ordem dos 305 000 contos, .que já aumentou apreciavelmente depois, é a maior credora.

A Caixa, como medida de segurança e de boa política, tem de regular o crédito atribuído às diversas entidades que a ela recorrem. Investimentos volumosos a longo prazo - da ordem dos 22 anos - não devem ultrapassar uma certa percentagem dos recursos.

Talvez fosse possível aos dois principais municípios do País -o de Lisboa e o do Porto- recorrer directamente ao mercado pela emissão de obrigações a prazos mais longos. Embora houvesse neste método de mobilização do capital necessário o sacrifício de maior custo do dinheiro, haveria em compensação alívio nos prazos mais largos. Aliás, é um método seguido em muitos outros países.

Receitas As receitas do Estabelecimento atingiram 322 452 contos, mais 28 173 coutos do que em 1957. O acréscimo proveio de maior concessão de crédito, porque se mantiveram as taxas de juro.

Quase todas as rubricas aumentaram as suas receitas, em especial as do crédito hipotecário e da couta corrente com a Caixa Nacional de Crédito, como se deduz do quadro que segue: Nas despesas há a considerar como verbas muito importantes as de juros, comissões e outras, que somaram perto de 93 000 contos, mais cerca de 4354 contos do que em 1957, por motivo de aumento dos depósitos e do pessoal, que atingiu 50 803 contos.

No material inclui-se uma verba muito importante para construção de novos edifícios, por intermédio da comissão que funciona no Ministério das Obras Públicas.

Outras despesas são menores. A seguir indicam-se as principais:

Juros e comissões A despesa de 91 996 contos, respeitante a juros, decompõe-se do modo seguinte:

São os depósitos à vista, com 77 675 contos, os que trazem maior despesa, que resulta do seu grande volume, já atrás indicado.

As verbas dos depósitos obrigatórios e da Caixa Económica Postal suo muito menores.

Taxas de juro Mantiveram-se sensivelmente idênticas às de 1957 as taxas de juro, que continuam bastante baixas, quer