As verbas concedidas para serem mutuadas através do crédito agrícola mútuo têm-se elevado bastante nos últimos anos, principalmente nas zonas do Sul. É pena que o movimento não se alargue a outras regiões do País e não aumente o número de caixas.

A melhoria no crédito industrial foi bastante grande, visto ultrapassar os 124 000 contos, apesar das naturais amortizações nos empréstimos em vigor. Esta modalidade de crédito continua a desenvolver-se em condições razoáveis.

O activo da Caixa Nacional de Crédito pode assumir a forma que segue:

Percentagem

Fomento do ultramar............ 1.2

Haveria a acrescentar, se se quisesse fazer ideia do auxílio prestado pela Caixa Nacional de Crédito e pela Caixa Geral de Depósitos à produção, em especial à agricultura e às indústrias, as verbas que lhes são destinadas nos serviços privativos desta última instituição.

Crédito agrícola O total no crédito agrícola subiu a 572 138 contos, números redondos, mais 49 442 contos do que no ano anterior. Nestes números englobam-se as verbas da Campanha do Trigo e as mutuadas através das caixas de crédito agrícola mútuo.

Há actualmente 145 caixas de crédito agrícola mútuo espalhadas pelo País, mas existem ainda zonas onde não se faz sentir a sua influência. Estas caixas, além de utilizarem fundos próprios que somavam 232 217 contos em 31 de Dezembro de 1958, recebem auxílios da Caixa Nacional de Crédito, a juro módico, no total de 433 382 contos, que alargam a sua esfera de influência em matéria de crédito.

O total mutuado pelas caixas de crédito agrícola mútuo subia a 665 599 contos em fins de 1958.

Crédito industrial Nesta rubrica há a considerar diversas modalidades de crédito. No conjunto os saldos subiram a 1 417 357 contos. Algumas dessas modalidades sofreram aumentos substanciais, como a da electricidade, a dos têxteis e outras. Várias razões concorreram para tal, e entre elas sobressaem a crise que ultimamente se deu na indústria algodoeira e o incremento na construção civil.

Fizeram-se o ano passado alguns comentários sobre a necessidade de criar condições que assegurem a possibilidade de rodear a concessão do crédito industrial das cautelas indispensáveis que a defendam de riscos que não sejam os inerentes a operações delicadas e complexas, até nos seus aspectos psicológicos. Uma dessas condições é assegurar, em termos claros, à Caixa Nacional de Crédito a possibilidade de poder manter o funcionamento de fábricas que, por vicissitudes próprias da natureza deste tipo de crédito, incluindo a de as ter arrematado no tribunal, venham a ser sua propriedade.

Um organismo fabril vale quando está em funcionamento.

Há necessidade de impedir a sua paragem por tempo indeterminado e de dar poderes expressos à Caixa Nacional de Crédito de requerer alvarás e licenças indispensáveis ao bom funcionamento dos bens que seja obrigada a adquirir para defesa dos seus créditos. Só assim se evitarão prejuízos escusados e, porventura, se impedirá o desaparecimento de instrumentos de produção úteis. Não é fácil fazer um resumo completo de todas as indústrias financiadas pela Caixa Nacional de Crédito.

O total eleva-se, como se notou acima, a 1 417 357 contos.

As indústrias que até hoje têm utilizado maior volume de capital são as de electricidade, englobando a produção e a distribuição, as dos têxteis, as dos metais, químicas, cimentos e cerâmica, todas com mais de 100 000 contos. O recente surto no turismo alargou consideravelmente o crédito hoteleiro, há muitos anos em vigor na Caixa, atingindo a cifra, em 1958, de perto de 100 000 coutos como se nota no quadro seguinte:

A enunciação das diversas indústrias dá ideia dos financiamentos que não incluem títulos em carteira, tomados a várias empresas de interesse nacional.

Quase todas as rubricas acima indicadas melhoraram a sua posição, mas os maiores aumentos tiveram lugar na indústria de electricidade (54 668 contos), na dos têxteis (18 136 contos) e na dos cimentos e cerâmica (15 504 contos).