O aumento de despesa deu-se, em grande parte, nas Polícias (mais 8543 contos). Às causas provieram de maior número de unidades e de pequenas outras despesas relacionadas com a Polícia Internacional e de Defesa do Estado e ordem pública. A seguir discriminam-se os gastos das Polícias:

A despesa com maior número de unidades está incluída na rubrica «Comando-Geral», que compreende as Polícias de Lisboa e Porto, além das dos distritos.

Na Guarda Nacional Republicana o aumento foi de 2019 contos, num total de 130 125 contos.

Esta despesa tende a subir com o gradual alargamento de postos da Guarda a todo o País, de modo a obter melhor cobertura dos elementos de ordem e defesa. O exame da taxa de mortalidade dos últimos 20 ou 30 anos mostra gradual progresso. As taxas de mortalidade portuguesas podem comparar-se com as de outros países europeus considerados de elevado nível de vida. Mas deve atentar-se, em qualquer análise ou comparação que pretenda fazer-se, que esses países são predominantemente industriais; e a aglomeração urbana industrial influi muito nas taxas.

Por outro lado, as taxas da natalidade têm decrescido sensivelmente, embora se tenham mantido nos últimos anos na casa dos 23, o que, consideradas as taxas prevalecentes na Europa, se pode dizer serem satisfatórias, embora haja lugar para lamentar a queda dos últimos anos.

Natalidade São bastante variáveis os limites das taxas da natalidade nas diversas regiões do País. Descem de um máximo de 33,28 no distrito de Braga para um mínimo de 16,93, sensivelmente, no distrito de Faro.

Esta considerável divergência deve certamente corresponder a circunstâncias de natureza local ou de ordem educativa, psicológica ou até moral. O Sul teve sempre taxas de natalidade muito mais baixas do que o Norte do País.

Podem talvez organizar-se diversos grupos por grandeza de taxas, que dão melhor a fácies do País nesta matéria.

Assim, o grupo de taxas de natalidade superior a 25 compreende Braga, Porto, incluindo a cidade, Aveiro, Bragança e Vila Real, no continente, e Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Funchal, nas ilhas adjacentes. Todos os distritos mencionados no continente ficam situados no Norte do País.

O grupo de distritos com taxas compreendidas entre 20 e 25 inclui Viseu, Viana do Castelo, Leiria e Guarda.

Todos os outros distritos, como o da Horta, nos Açores, têm taxas inferiores a 20, embora superiores a 15, incluindo a cidade e distrito de Lisboa.

A média geral foi sensivelmente idêntica nos dois últimos anos: 23,66 em 1958 contra 23,74 em 1957. A tendência para a baixa continua, porém.

A seguir indicam-se as taxas da natalidade e mortalidade no ano de 1958:

O Norte, com os distritos já indicados, manteve, com ligeiros decréscimos nalguns casos, as cifras de 1957. Mas tanto Braga como Bragança, dois dos distritos de maior natalidade, reduziram-na. O do Porto continua na casa dos 30.

O distrito de Lisboa e a cidade melhoram a sua natalidade, principalmente a cidade, que acusa a taxa de 18,90, maior que a média do distrito e bastante superior à de 1957. O grupo das taxas inferiores a 20, que compreende 9 distritos no continente, continuou a baixar na sua maioria. Em 1957 eram 8 os distritos com esta taxa. Subiu para 9 o número em 1958, com a inclusão de Castelo Branco.

Faro, Portalegre, Évora, Setúbal, Santarém e Horta são os distritos de mais baixa taxa de natalidade.

Esta rápida análise pode indicar o efeito de diversas causas. Nalguns distritos, como nos do Centro do País, o êxodo para as cidades ou outras regiões deve influir na contínua diminuição de nascimentos, e a cidade de Lisboa, com um surto em 1958, e ver-se-á se se mantém, deve-o, certamente, a maior utilização de maternidades.