O aumento de despesa deu-se, em grande parte, nas Polícias (mais 8543 contos). Às causas provieram de maior número de unidades e de pequenas outras despesas relacionadas com a Polícia Internacional e de Defesa do Estado e ordem pública. A seguir discriminam-se os gastos das Polícias:
A despesa com maior número de unidades está incluída na rubrica «Comando-Geral», que compreende as Polícias de Lisboa e Porto, além das dos distritos.
Na Guarda Nacional Republicana o aumento foi de 2019 contos, num total de 130 125 contos.
Esta despesa tende a subir com o gradual alargamento de postos da Guarda a todo o País, de modo a obter melhor cobertura dos elementos de ordem e defesa.
Por outro lado, as taxas da natalidade têm decrescido sensivelmente, embora se tenham mantido nos últimos anos na casa dos 23, o que, consideradas as taxas prevalecentes na Europa, se pode dizer serem satisfatórias, embora haja lugar para lamentar a queda dos últimos anos.
Natalidade
Esta considerável divergência deve certamente corresponder a circunstâncias de natureza local ou de ordem educativa, psicológica ou até moral. O Sul teve sempre taxas de natalidade muito mais baixas do que o Norte do País.
Podem talvez organizar-se diversos grupos por grandeza de taxas, que dão melhor a fácies do País nesta matéria.
Assim, o grupo de taxas de natalidade superior a 25 compreende Braga, Porto, incluindo a cidade, Aveiro, Bragança e Vila Real, no continente, e Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Funchal, nas ilhas adjacentes. Todos os distritos mencionados no continente ficam situados no Norte do País.
O grupo de distritos com taxas compreendidas entre 20 e 25 inclui Viseu, Viana do Castelo, Leiria e Guarda.
Todos os outros distritos, como o da Horta, nos Açores, têm taxas inferiores a 20, embora superiores a 15, incluindo a cidade e distrito de Lisboa.
A média geral foi sensivelmente idêntica nos dois últimos anos: 23,66 em 1958 contra 23,74 em 1957. A tendência para a baixa continua, porém.
A seguir indicam-se as taxas da natalidade e mortalidade no ano de 1958:
O Norte, com os distritos já indicados, manteve, com ligeiros decréscimos nalguns casos, as cifras de 1957. Mas tanto Braga como Bragança, dois dos distritos de maior natalidade, reduziram-na. O do Porto continua na casa dos 30.
O distrito de Lisboa e a cidade melhoram a sua natalidade, principalmente a cidade, que acusa a taxa de 18,90, maior que a média do distrito e bastante superior à de 1957. O grupo das taxas inferiores a 20, que compreende 9 distritos no continente, continuou a baixar na sua maioria. Em 1957 eram 8 os distritos com esta taxa. Subiu para 9 o número em 1958, com a inclusão de Castelo Branco.
Faro, Portalegre, Évora, Setúbal, Santarém e Horta são os distritos de mais baixa taxa de natalidade.
Esta rápida análise pode indicar o efeito de diversas causas. Nalguns distritos, como nos do Centro do País, o êxodo para as cidades ou outras regiões deve influir na contínua diminuição de nascimentos, e a cidade de Lisboa, com um surto em 1958, e ver-se-á se se mantém, deve-o, certamente, a maior utilização de maternidades.