A contínua baixa de natalidade, sem ser ainda muito grave, é de molde a criar apreensões para o futuro. A taxa relativamente alta em relação a outros países europeus é devida essencialmente à influência dos distritos do Norte.
Mortalidade
Em 1957 em oito distritos e nas cidades de Lisboa e Porto a mortalidade foi superior a 12. Em 1958 em apenas três distritos e cidade do Porto a mortalidade atingiu cifra idêntica.
Os distritos foram os de Bragança (12,18), Vila Real (12,11) e Angra do Heroísmo (14,19). Este último apresenta a mais alta mortalidade do País. Em 1957 havia mortalidade superior a 12 em Braça (13,06, contra 11,05 em 1958), Guarda, a cidade de Lisboa, que desceu para 11,64 em 1958, o distrito do Porto, que baixou para 11,75, e o distrito de Viseu, que melhorou para 10,55. Horta, nas ilhas, continua a ter a melhor taxa de mortalidade, que já é inferior a 12 nos distritos de Ponta Delgada e Funchal.
Nos nove distritos com taxas inferiores a 10 há a considerar, como notável, o de Setúbal, com 7,27, seguido por Beja, com 8,08, Castelo Branco, com 8,51, Santarém, com 8,54, Évora, com 8,64, Portalegre, com 8,85, Leiria, com 8,92, Viana do Castelo, com 9,63, e Faro, com 9,89.
Com a única excepção de Viana do Castelo, Castelo Branco e Leiria, os distritos de mais baixas taxas estão todos no Sul.
A taxa de mortalidade da cidade do Porto ainda destoa do conjunto (13,01) e é a mais alta no continente. O respectivo distrito fez progressos nos últimos tempos.
A comparação dos números nos diversos anos revela progressos que ainda podem ser mais sensíveis, sobretudo nos distritos do Norte e na cidade do Porto, além de quase todos os distritos das ilhas adjacentes, com excepção do da Horta, que tem taxa satisfatória.
Nos países industriais as taxas são maiores, como fie pode ler nos números que seguem:
Portugal tem ainda a maior taxa de natalidade, ou 23,7, maior do que a do país vizinho. Mas a baixa tem-se acentuado.
Mortalidade infantil
Os progressos foram muito grandes desde 1930. Neste ano a taxa da mortalidade infantil atingiu a casa de 4,26. Em 1958 foi de 1,99. A taxa global da mortalidade elevou-se naquele ano a 17,05 e desceu para 10,23 em 1958.
Houve, pois, um progresso muito acentuado, e o decrescimento na taxa infantil concorreu muito para isso.
A seguir publicam-se as taxas global e infantil. O estudo das cifras dá ideia do gradual decrescimento de uma e outra.
O progresso acentuou-se a partir do fim da guerra. Nessa altura ainda a taxa global se aproximava de 15 e a infantil de 3.
A melhoria, embora grande, pode ser acentuada. Em 1958 ainda morreram 17 847 crianças com idade inferior a 1 ano, o que dá a taxa de 84 por mil nados vivos. No ano anterior essa taxa era de 88. O progresso não foi, pois, muito sensível. Todos os esforços devem convergir sobre crianças com idade inferior a 28 dias, porquanto os óbitos nesta idade ainda foram 26 por mil nados vivos em 1956.
No entanto, pode dizer-se que neste aspecto a melhoria foi grande desde o ano anterior à guerra (1938), pois nesse ano ainda os óbitos de indivíduos inferiores a l ano era superior a 150.
A seguir dá-se nota dos progressos realizados desde 1938:
Os números mostram ter sido quase contínua a diminuição, visto se ter passado de 151,4 óbitos por mil nados vivos, em 1938, para 84. Em certos países a cifra é de menos de metade, e é esse o objectivo a atingir.
Na mortalidade neonatal, ou 26 por mil nados vivos, ainda se incluem 5609 crianças.
Este problema da mortalidade infantil merece cuidados especiais. E daqueles que requerem devoção, mais