As contas em 1968 A Conta Geral do Estado indica a despesa ordinária de 14 872 contos. Na despesa extraordinária como importância paga inscrevem-se 81 039 contos.

A despesa ordinária como indicada pelos serviços foi utilizada como segue:

Contos

Serviços e encargos .... l 434

As verbas relativas à despesa extraordinária, indicadas pelos serviços, dividem-se do modo seguinte:

Contos

Abastecimento de águas às

Assim, a despesa total foi de 86 822 contos.

A estrada e o hotel no turismo A rede de estradas nacionais tinha a extensão de 17 419 km em fins de 1958. A maior parte foi construída com características que se não amoldam à intensidade do tráfego moderno.

Nos últimos anos alguns traçados sofreram alterações no sentido de as aperfeiçoar, quer pela construção de variantes, quer pelo alargamento do próprio leito ou melhoria dos raios de curvas apertadas e perigosas.

Os defeitos dos primitivos traçados, num país em que, a norte do Tejo, predominam terrenos difíceis, com profundas ravinas e dobras frequentes, não poderão ser facilmente eliminados. A transformação de alguns traçados será sempre tarefa dispendiosa.

Mas o ser dispendiosa a tarefa não implica que ela se não inicie e leve a efeito com celeridade, porque, nos tampos modernos, a estrada está a desempenhar em cada ano que passa um papel cada vez mais relevante no crescimento económico.

Nestes últimos cinco ou seis anos o turismo alargou--se consideràvelmente em Portugal e uma parte do turismo internacional é feito hoje através da estrada.

Não se concebe um país turístico sem uma rede adequada de comunicações.

Não é possível estabelecer hierarquia no sistema de comunicações, mas o vasto incremento no uso do automóvel e o gosto de o utilizar nas viagens de prazer transforma a estrada num poderoso instrumento de circulação internacional.

Entre nós, quando se fala em turismo aparece sempre como ideia fundamental a construção de uma larga rede de hotéis, com tendência para obras dispendiosas. No pensar de muitos a existência do hotel é, de per si, condição definitiva da criação de uma corrente turística para determinada região ou zona.

Os factos têm demonstrado a leveza deste modo de pensar. O hotel desempenha, na verdade, uma posição muito importante na indústria do turismo, mas pode dizer-se que essa função é acessória. Uma parcela do turismo moderno, que aumenta cada vez mais, não procura grandes hotéis, ou, se os procura, eles não são os do tipo convencional. Talvez que hoje a maior parcela dos viajantes de prazer se baste a si própria - leve consigo meios de acampar no ar livre. O uso do hotel em muitos casos é recurso, e não hábito.

Não querem estas palavras significar a inutilidade da construção de hotéis, sobretudo num país onde ainda não é possível obter acomodação higiénica em muitas cidades e vilas, mas apenas indicar que não devem ser esquecidos outros requisitos essenciais ao desenvolvimento e conservação da indústria nascida do prazer das viagens e do repouso.

Ora talvez seja mais difícil fazer durar a indústria do que iniciá-la. Preparar o País para manter todos os anos uma corrente de viajantes que alimente as actividades turísticas deve ser uma das preocupações dominantes.

Uma boa rede de estradas ajuda muito a fazer durar essa corrente de turistas, pois que rede de estradas mal conservada e concebida mediocremente pode ser a causa principal da fuga do viajante.

A balança de pagamentos e o turismo Valerá a pena fazer esforços no sentido de atrair uma forte corrente de turismo para Portugal?

O parecer das coutas, atento às necessidades económicas do País, produziu há anos a afirmação da possibilidade de receitas líquidas da indústria do turismo no valor de l milhão de contos. Se esta cifra fosse atingida, a indústria do turismo ocuparia um dos primeiros lugares das actividades nacionais produtoras de cambiais.

Estamos ainda muito longe de atingir aquela importância, até na produção de receita bruta.

Com efeito, as cifras do crédito e do débito do turismo nos últimos cinco anos dão os resultados seguintes, em milhares de contos: