tendência para subir na medida em que sobe o número de veículos em circulação. E este número tomou proporções exageradas, que conviria refrear.

Com efeito, um pequeno quadro dá nota do extraordinário desenvolvimento de veículos na estrada nos últimos anos.

Nota. - Os números dizem respeito ao continente.

Nos anos que decorreram desde 1952 o número de automóveis de carga e passageiros aumentou 74 190 unidades. O aumento foi de 71,3 por cento. O acréscimo dos automóveis ligeiros mostra-se superior, com 76,6 por cento.

O gosto pelo uso do automóvel vincou-se nos últimos dois anos, pois que a diferença para mais, no caso dos automóveis ligeiros, entre 1956 e 1958 foi da ordem das 27 424 unidades, cabendo a passageiros 22 397. Uni aumento de 22 397 unidades em dois anos, só HO continente português, é cifra que necessita de ser ponderada. Por estes números se verifica que o movimento na estrada está a atingir cifras muito altas, a ponto de na balança de pagamentos a importação de veículos e combustíveis ter a influência que sobressai do exame do comércio externo.

Mas o que há de paradoxal como resultado de uma política, ou falta dela, que leva à gradual concentração das actividades nacionais em Lisboa e arredores é a extraordinária polarização dos veículos de passageiros no distrito de Lisboa.

Num total de 153 246 automóveis ligeiros no serviço particular em 1958, nada menos de 59 840 circulavam no distrito de Lisboa.

Um pequeno quadro elucida claramente o actual estado de coisas.

Todos os distritos, com excepção de Lisboa e Porto, têm um número de automóveis ligeiros em circulação inferior a 8000. A cifra desce para menos de 2000 no distrito de Bragança e anda à roda desta cifra nos de Viana do Castelo e Vila Real.

O número total de automóveis ligeiros em circulação no serviço particular, no continente, subia a 153 246 unidades e destas eram exclusivamente de passageiros (particulares) .124 131. Destes cabiam ao distrito de Lisboa 52 087 automóveis, ou bastante mais de 40 por cento do total.

Os números do quadro são muito elucidativos sobre a concentração no distrito de Lisboa das actividades directa ou indirectamente ligadas à circulação de veículos. Portugal (considera-se apenas o continente), que, em muitos aspectos das actividades sociais e de níveis

de vida, mostra índices baixos, está a caminhar vertiginosamente nesta matéria para um lugar de vanguarda.

O número de habitantes por automóvel, em circulação no continente, era de 167 em 1948, e diminuiu para 83 em 1906. Quer dizer, no curto espaço de tempo de oito anos a proporção desceu para metade. A cifra do 1956 deve andar hoje à roda de 50.

Nalguns países a circulação deduz-se dos números que seguem:

Habitantes/automóvel