Foi possível à Administração liquidar pesados encargos de empréstimos contraídos para financiar os investimentos introduzidos na rede e sem grandes dificuldades. As somas utilizadas com recursos próprios - o autofinanciamento - atingiram cifras apreciáveis nalguns anos.

A queda dos resultados em 1958, que possivelmente se acentuará muito em 1959 por motivo da reforma dos vencimentos, pode trazer dificuldades ao programa de desenvolvimento dos serviços, apesar do contínuo aumento das receitas.

Receitas A maior valia nas receitas em relação a 1957 foi da ordem dos 26 153 contos, e já se viu acima que a das despesas a ultrapassou. Não quer isto significar que se quebrasse neste ano o ritmo de aumento, ainda maior que o de 1956 para 1957, embora se note que está aquém do de alguns anos, como os de 1949, 1951, 1952, 1955 e 1956, como se nota no quadro seguinte.

Parece, porém, em face dos números, que a Administração não poderá contar com grande aumento de receitas, a não ser que sobrevenham factores anormais. A receita dos correios, telégrafos e telefones depende muito da intensidade económica.

Progressos nas actividades económicas levam, em geral, a maior uso do telefone, que é hoje um dos grandes produtores de receitas, além de desenvolverem os serviços dos correios.

A extensão das linhas, que já hoje ligam à rede pequenos povoados, e as economias feitas ou a fazer na sua exploração podem permitir melhoria sensível nas receitas. As despesas aumentaram muito.

Desde 1948 nunca atingiram cifra tão elevada e o acréscimo nunca foi tão grande. Este facto trouxe naturalmente baixa apreciável nos resultados, apesar da melhoria nas receitas.

O aumento em relação ao ano anterior foi de 48 123 contos, que se pode comparar com o de 12 549 contos em 1957.

Atribui-se o acréscimo das despesas a diversos factores, como sejam a melhoria no abono de família, mais encargos nos transportes das companhias de navegação, maior anuidade de renovação, aumento dos reembolsos no fundo de reserva e ainda outros.

A seguir indicam-se as despesas durante certo número de anos:

A percentagem de aumento nas despesas de 9,12 por cento, ou 48 123 contos, é quase o dobro da das receitas.

Origem das receitas As receitas, no total de 597 883 contos, tiveram a origem seguinte.

O acréscimo de 17 694 contos nos serviços dos correios é um pouco maior do que o que teve lugar em 1957 e representa cerca de 6,10 por cento.

Também se deu idêntica percentagem de acréscimo nas receitas dos telefones, que subiram para 238 026 contos.

É de notar que em 1953 as receitas dos telefones do Estado em pouco ultrapassaram os 155 000 contos. Há na melhoria desta receita, quando comparada com a dos serviços postais, paralelismo que convém realçar. Estes serviços tiveram o acréscimo de 73 239 contos desde 1953, no dos telefones o aumento foi de 65 504 contos. A cifra é inferior em menos de 8000 contos, apesar de certas modificações feitas nalgumas taxas dos correios.

As outras rubricas do quadro têm menos importância porque os correios e telefones preenchem 91,3 por cento do total das receitas - 51,5 por cento nos correios e 39,8 por cento nos telefones.

As restantes explorações têm muito menor interesse no aspecto financeiro e não sofreram grandes variações, a não ser nos diversos rendimentos.