As receitas da telegrafia nacional e internacional mantiveram-se à roda de 50 000 contos, como se nota nos números seguintes:

Deram-se pequenas alterações para menos (422 contos, ou 1,39 por cento) na telegrafia internacional e para mais (911 contos, ou 5,40 por cento). Na telegrafia nacional houve uns anos de crise nestes serviços, com receitas a diminuir de ano para ano. As cifras dos últimos dois anos dão melhores esperanças, talvez devido a maior uso do serviço telex.

Na telegrafia e radiotelegrafia interna deu-se um ligeiro recuo, que provavelmente teve origem na liquidação de débitos dos cabos submarinos que amarram em território nacional.

Receitas totais Com os elementos que acabam de ser indicados pode construir-se um quadro que dá a súmula de todas as receitas dos correios, telégrafos e telefones.

São desnecessários grandes comentários. Basta dizer que tanto os serviços postais como a telefonia mantiveram a sua preponderância no conjunto e que destas duas explorações depende em grande parte a futura situação financeira da Administração. É sempre difícil a resolução das várias equações do problema das despesas num organismo com grande número de unidades de trabalho como o dos correios, telégrafos e telefones. Embora seja possível mecanizar certos serviços de modo a reduzir as despesas de pessoal, a própria natureza de outros torna indispensável a presença do homem e a impossibilidade, pelo menos por enquanto, de o substituir. É assim que a um aumento de tráfego corresponde quase sempre um aumento de despesa, como, aliás, parece ter acontecido no ano agora sujeito a exame. Quando se der na sua totalidade a projecção do aumento de vencimentos o problema das despesas há-de agravar-se. É um assunto que merece atenção, porque a obra a realizar pelos correios, telégrafos e telefones é grande, não só no que respeita ao alargamento da rede, mas à modernização da que existe.

Os encargos de pessoal representam 58,4 por cento das despesas, que em 1958 foram como segue:

Pagamento de serviços e diversos encargos figura no quadro com a despesa de 263 048 contos. Deve lembrar-se que estão incluídos nesta rubrica os encargos financeiros e as importâncias integradas no fundo de reserva.

Os juros e amortizações de empréstimos (59 457 contos) e as importâncias integradas no fundo de reserva (62 000 contos), somados (121 457 contos), representam 46 por conto da despesa dos encargos e cerca de 21 por cento da despesa total.

Estas rubricas, juntamente com a de pessoal, somam cerca de 80 por cento da despesa. São elas que dominam os resultados finais. Estudar-se-ão mais adiante. As despesas com pessoal atingiram este ano 299 369 contos e repartiram-se do modo seguinte:

Nestas cifras incluem-se verbas inscritas na rubrica "Pagamento de serviços".

O acréscimo nos vencimentos atingiu 12 485 contos e foi maior do que o do ano anterior. Um exame mais pormenorizado das contas indica que no pessoal dos quadros se deu o aumento de 8444 contos, devido em parte ao preenchimento de vagas.

Uma das verbas importantes na despesa de pessoal é a que tem a designação de "suplementar". Importou em 45 406 contos em 1958.

A folha do pessoal dos correios, telégrafos e telefones no fim de 1958 continha 13 979 nomes - o que é cifra respeitável. E dá-se com estes serviços o que acontece com outros - a fuga dos melhores para as actividades particulares devido a maiores remunerações. A verba de material não é grande, se for comparada com outras. Elevou-se para 25 490 contos em 1958, mais 3958 contos do que em 1957. O dispêndio de maior volume diz respeito à conservação e aproveitamento de material, com 16 738 contos, como se nota a seguir.