Não vale a pena fazer grandes comentários sobre esta evolução das despesas extraordinárias. A análise que será feita adiante dará ideia mais clara dos motivos. Parece, contudo, ser o financiamento do Plano de Fomento uma das razões do acréscimo de 267 500 contos em 1958, em relação a 1957. Esta diferença foi maior da que se verificara em anos anteriores, como, aliás, se deduz dos números insertos acima. Mas a questão será melhor analisada mais adiante.
As despesas extraordinárias em 1958
Não tem talvez grande importância, nesta altura, indagar os motivos por que se não atingiram as estimativas orçamentais. Mas convém indicar o seu destino por Ministérios, de modo a ter ideia da sua distribuição, que consta do quadro seguinte:
O Plano de Fomento absorveu 620 534 contos, menos de 30 por cento do total, e os dois maiores consumidores de despesas extraordinárias foram o Ministério das Obras Públicas, com 914461 contos, e os encargos gerais da Nação, onde se inscrevem despesas de soberania no ultramar, com 340 612 contos.
As estimativas e os pagamentos
As diferenças para menos de relevo deram-se nos encargos gerais da Nação e nos Ministérios das Finanças, das Obras Públicas, da Educação, da Economia e das Comunicações. Mas em quase todos os outros departamentos do Estado houve diferenças substanciais.
For outro lado, verifica-se que os grandes consumidores de verbas extraordinárias são o Ministério das Obras Públicas, os encargos gerais e o Ministério do Exército, todos três com mais de 200 000 contos. O Ministério das Obras Públicas, só por força de despesas extraordinárias, já se aproxima de um milhão de contos.
Origem das receitas que pagaram as despesas extraordinárias
Em outras origens, acima enumeradas, houve um pequeno aumento (mais 4665 contos).
Os excessos de receitas ordinárias constituíram a base do financiamento das despesas extraordinárias.
No quadro a seguir inscrevem-se as verbas que serviram para pagar as despesas extraordinárias e a sua origem:
Apesar do grande aumento das despesas extraordinárias, o recurso ao empréstimo manteve-se em nível semelhante ao do ano passado, constituindo 12,7 por