Os índices mostram para cada província ultramarina os períodos de maior progresso financeiro.
Organizou-se para esse efeito um quadro que se publica a seguir.
Os anos de guerra foram pobres em alguns territórios ultramarinos. As receitas diminuíram em alguns deles em certos anos de guerra, como em Cabo Verde, Guiné e Angola em 1940, em S. Tomé e Príncipe e na Índia em 1942 e ainda em outros exercícios, como se verifica no quadro. Mas quase todas as províncias reagiram no fim da guerra, apesar da desvalorização da moeda, e por volta de 1900 quase todos os territórios haviam ultrapassado o nível que corresponderia a essa desvalorização, até atingir índices superiores a 800 em Angola e a 1000 em Moçambique, com passagem por índices superiores a 600 na índia e em Timor. Neste aspecto, Cabo Verde e Macau continuam num nível consideravelmente inferior.
Pode ser que os trabalhos encetados na última década em Cabo Verde levem a grande melhoria da sua actividade económica e, como consequência, a aumento das suas receitas ordinárias. O arquipélago necessita cie vigoroso crescimento, e parece ser possível, com novas indústrias e melhorias na agricultura, insuflar-lhe nova vitalidade.
Origem das receitas ordinárias
A seguir publicam-se as receitas, em conjunto, de cada capítulo.
Surpreenderá, porventura, o caso das consignações de receitas, que este ano se avizinham já dos 3 milhões de contos (2 798 830 contos). Está, assim, já próximo de metade do total das receitas ordinárias.
Aludiu-se acima à influência dos serviços autónomos, e o assunto será convenientemente esmiuçado adiante. O surto em 1958 foi bastante grande.
Os outros capítulos também mostram diferenças para mais, mas de bem menor importância. No caso dos impostos indirectos o aumento foi pequeno e no dos impostos directos pouco passou de 38 000 coutos.
Os três capítulos mais produtivos somaram 84 por cento das receitas ordinárias. O das consignações de receitas, por si, compreende 46 por cento do total.
Se forem comparadas as percentagens que correspondem a cada capítulo nos dois anos extremos de 1938 e 1958, encontram-se anomalias dignas de estudo.
A influência dos impostos directos diminuiu de 34,2 por cento em 1938 para 15,1 por cento em 1958.
Até no caso dos impostos indirectos, tradicionalmente o grande amparo dos países novos, houve diminuição de 26,2 por cento para 22,9 por cento.