Os resultados da exploração são baixos: 7883 contos na divisão de Luanda, 27 189 contos no do Lobito, 1740 contos na de Moçâmedes e 5890 de saldo negativo nos transportes aéreos.

Tendo em conto, outras despesas, como as amortizações de empréstimos (8032 coutos) e diversas de- menor importância, obtém-se o lucro líquido de 22 086 coutos, que foi levado a fundos de reserva, renovação e melhoramentos, tendo transitado para o próximo exercício 27 839 contos, ligeiramente inferior ao que transitara do exercício anterior (28 927 contos).

O maior lucro da exploração teve lugar no porto do Lobito.

As fraquezas do tráfego são as causas do lento progresso dos caminhos de ferro.

O número de passageiros no de Luanda desceu ainda de 305 308 em 1957 para 287 559 em 1958. E a tonelagem de mercadorias também não subiu muito visto ter passado de 271 541 t em 1957 para 291 946 t em 1958.

No caminho de ferro de Moçâmedes o transporte de mercadorias subiu para 347 839 t, mais de 100 000 do que no ano anterior. Parece ter sido devido principalmente à exportação de ferro. Os investimentos em caminhos de ferro em 1958 ainda aumentaram em relação ao ano anterior, subindo para 254 915 contos, assim distribuídos:

Uma parte foi financiada através do Plano de Fomento (220 022 contos); o Fundo de Fomento contribuiu com 24 872 contos para o caminho de ferro de Moçâmedes; 3421 contos de estudos incluíram-se em outras despesas extraordinárias.

A inversão de tão altas somas, na relatividade de um orçamento de recursos insuficientes para desenvolver fontes de riqueza indispensáveis a um aumento rápido nas exportações deve ser cuidadosamente ponderada, não apenas no que diz respeito à própria existência de recursos financeiros, mas ainda no que toca ao valor agrícola, mineiro ou outro dos territórios tributários dos novos caminhos de ferro. O desenvolvimento dos dois portos, do Lobito e Luanda, nos últimos tempos justifica as esperanças neles depositadas há cerca de 30 anos quando foi resolvido intensificar a construção de cais acostáveis no primeiro e de melhor utensilhagem e novas obras no segundo.

São estes dois portos, e em especial o primeiro, que amparam a vida financeira da Direcção.

As receitas portuárias e da exploração das três divisões de Luanda, Lobito e Moçâmedes elevaram-se a 116 922 coutos e as despesas andaram à roda de 54 234 contos, a que há a adicionar 3114 contos relativos a amortizações de empréstimos contraídos para apetrechamento do porto do Lobito.

A conta da exploração, ao invés da dos caminhos de ferro, acusa, pois, resultados satisfatórios, em especial no porto do Lobito.

Os investimentos efectuados em portos no exercício de 1958 foram os seguintes:

Contos

O desenvolvimento do tráfego nos portos, e possivelmente no que virá a servir o hinterland de Cabinda, a construção do caminho de ferro do Congo e a exploração das minas de ferro do Cuima, Cassinga e Zenza hão-de naturalmente requerer a inversão de novos capitais, principalmente nos portos do Lobito, Moçâmedes e Luanda, em instalações de carga de minérios.

Estradas Continuou a obra das estradas com a dotação de 120 000 contos, provenientes das disponibilidades do Fundo de Fomento.

Já se descreveram acima as principais obras em 1958 nas despesas ordinárias, na secção relativa aos serviços do fomento.

Então se indicou a repartição geográfica das quantias gastas durante o exercício.

Rega, enxugo e povoamento Por força do orçamento das despesas extraordinárias gastaram-se 27 434 contos nas obras de rega, enxugo e preparação de terrenos no vale do Cunene. Também se devem juntar a esta soma as verbas utilizadas para fins idênticos no colonato da Cela.

Aproveitamentos hidroeléctricos Os maiores investimentos efectuados em 1958 dizem respeito ao aproveitamento da Matula, no rio Cunene. que fornecerá energia ao Sul da província, incluindo Moçâmedes.

As Mabubas ainda utilizaram 780 contos e o Biópio, em obras finais, absorveu mais 7732 contos. As Mabubas, que produzem energia para Luanda e arredores, estão próximo da saturação.

As obras do aproveitamento do rio Quanza, a que se têm feito largas referências nestes pareceres, foram intensificadas no ano de 1958. Julga-se que o aproveitamento de Cambambe estará em vias de produzir energia dentro de dois ou três anos.

Estão em estudo outros aproveitamentos, principalmente no Sul, no rio Catumbela, que se julga poderem suprir as necessidades imediatas dos consumos na zona de Benguela e Moçâmedes, em combinação com o aproveitamento da Matala e em ligação com certos desenvolvimentos industriais de grande interesse, como da produção de celulose e outros.

Outras despesas extraordinárias Diversas outras despesas se inscrevem em despe sãs extraordinárias.