O plano do sexénio 1953-1958 chamou-se impropriamente um Plano do Fomento. Ele constituiu na verdade um plano de investimentos através do qual se procuro! resolver alguns problemas relacionados com os transportes, energia e alguns esquemas hidroagrícolas, em especial no Cunene.
Como dois terços das suas dotações se dirigiram para transportes, e nestes ocupam posição dominante os caminhos de forro já existentes (Luanda-Malanje e Moçâmedes) e os novos (prolongamento do caminho de ferro de Moçâmedes e caminho de ferro do Congo), não parece que a sua projecção nos próximos anos seja muito grande na economia provincial, que necessita de um impulso enérgico imediato no volume da sua exportação.
De qualquer, modo, este assunto da energia tem grande importância, não apenas no que toca aos investimentos, mas, ainda com maior vigor, no que diz respeito ao custo da energia. Os custos neste aspecto da economia têm, pois, uma importância fundamental.
Se não houvesse razões políticas de ocupação ou outras, não se justificaria, por agora, o prolongamento do caminho de ferro de Moçâmedes.
Quanto ao caminho de ferro do Congo, que poderia esperar melhores dias para a sua construção, os acontecimentos num próximo futuro poderão orientar a política do continuar ou não o seu prolongamento até ao país vizinho.
O recurso a empréstimos para financiar despesas extraordinárias poderia ter sido muito mais lato, dentro dos preceitos constitucionais, e assim o saldo com que fecharam as contas poderia ter sido muito mais volumoso
Tal como se deduz das contas, o saldo obteve-se como segue:
Contos
Despesas ordinárias .......... l 566 539 + 272 259
Receitas extraordinárias ..... 630 767
Nas receitas extraordinárias coutam-se 23 620 contos de empréstimos, e as obras que foram financiadas por força de receitas extraordinárias já foram enumeradas, tanto as do Plano de Fomento, como as executadas através de receitas do Fundo de Fomento.
As receitas e despesas ordinárias e as extraordinárias, com a sua origem e destino, foram as seguintes:
Contos
Receitas extraordinárias:
Receitas próprias do
Fundo de Fomento consignadas
De saldos de exercícios
Plano de Fomento ......... 365 507
Fundo de Fomento ......... 225 190
O saldo de 241 778 contos é legítimo e o fecho da conta geral obedece aos preceitos constitucionais.
A diferença para menos em 1958 entre os dois saldos de 1957 e 1958 foi de 40 488 contos.
Em 1958 a diferença entre as receitas e despesas ordinárias foi de 272 259 contos.
Contos
No longo período que vem do exercício indicado até 1958 as despesas atingiram a cifra de 4 680 620 contos, e devia por consequência existir o saldo de 476 825 contos.
Mas estão cativas coberturas de despesa, por conta dos saldos de anos económicos findos, de 300 314 contos