Viu-se que em alguns casos as receitas incluem subsídios do Estado, como no caso da Imprensa Nacional (2000 contos, já citados).

Se forem excluídos estes subsídios,- os saldos de exploração reduzem-se, ou até passam a ser negativos, como no caso apontado. Se não forem levadas em conta as despesas dos serviços autónomos, o aumento das despesas ordinárias de Moçambique, em 1958, arredonda-se em 97 492 contos, um pouco mais do que no ano anterior, em que foi 61 552 contos.

Por outro lado, o aumento das despesas ordinárias manteve-se inferior ao das receitas também ordinárias (mais 177 517 contos). Assim, pelo que diz respeito ao comportamento das receitas e despesas ordinárias, a situação da província decorreu satisfatoriamente durante 1958, com aumento de receitas superior ao aumento de despesas.

Considerando o total das despesas, verifica-se que ele foi bastante superior ao de 1957 - mais 622 342 contos.

Esse total obtém-se do modo que segue:

O reforço das despesas extraordinárias derivou do maior intensidade nos trabalhos do Plano de Fomento, como se verifica adiante, e o aumento assinalado nas despesas ordinárias deu-se em grande parte nos serviços autónomos. Para determinar a sua influência no conjunto das receitas, compilaram-se os números seguintes:

Assim, nota-se que no aumento das despesas ordinárias, de 408 772 contos, pertencem 311 280 contos aos serviços autónomos e 97 402 contos às despesas orçamentais da província.

Neste caso, isto é, excluindo os serviços autónomos, as despesas ordinárias de Moçambique em 1908 foram de l 204 034 contos.

É esta a cifra que se deve ter em mente quando se pretenda fazer comparações com outras províncias.

As alterações nas receitas e despesas ordinárias, no ano de 1958, produziram maior excesso das primeiras em relação às segundas.

Em 1957 esse excesso foi do 287 754 contos. Subiu para 367 779 contos em 1958. Já se viu que as despesas ordinárias se elevaram a 3 205 064 contos e que sem a soma dos serviços autónomos se fixaram em l 204 034 contos. O aumento em relação a 1957, neste último caso, foi de 97 492 contos, distribuído por diversos serviços, como se observará adiante.

As despesas ordinárias têm crescido continuamente, até atingirem, pela primeira vez, 3 200 000 contos, devido em grande parte ao volume das despesas da Direcção dos Portos, Caminhos de Perro e Transportes.

A seguir inserem-se as despesas ordinárias, extraordinárias e totais para certo número de anos:

Notar-se-á que os quantitativos são muito acelerados a partir de 1953. Neste ano pouco passaram de 2 055 000 contos. A execução do Plano de Fomento, por um lado, e o notável desenvolvimento das despesas nos portos e caminhos de ferro, depois da abertura da linha da Rodésia, por outro lado, elevaram as despesas nos últimos seis anos para perto de 3 800 000 contos.

O aumento foi de l 743 326 contos.

Este grande desenvolvimento nas despesas, que ainda foi maior nas receitas, dado o elevado saldo nos serviços autónomos, reflecte consideráveis progressos na África Central, especialmente na Rodésia e Niassalândia, tributárias dos portos de Lourenço Marques e Beira.