por exemplo, a extensão a outros países e estruturas produtivas das vantagens agora concedidas aos Estados da «Pequena Zona» ou o alargamento ao ultramar português de algum regime de associação económica internacional.

A circunstância de não se acreditar ser esta uma situação definitiva explica o voto da Câmara: pois nem o ambiente de cooperação europeia é, por esta forma, tão claro e saudável quanto tem de pretender-se, nem ficaram resolvidos certos aspectos que parecem decisivos para garantir o desenvolvimento económico de Portugal metropolitano e ultramarino e assegurar o progresso social da gente portuguesa. É nesta luz que deve ser entendido o voto de confiança ao Governo em seus esforços para se alcançar entre as unções do Ocidente uma estrutura geral de cooperação económica, a qual tem de resultar, naturalmente, de prévia conciliação no terreno da orientação política. A Câmara é sensível ao conhecimento de que assim vêm procedendo os delegados portugueses em r ecentes encontros europeus. Efectivamente, só um arranjo mais amplo e significando algum compromisso de concepções entre o «liberalismo» da Associação e o «dirigismo» da Comunidade assegurará a defesa de todos os interesses portugueses importantes. No plano interno, do agrupamento que se constitua, à abertura de mercados externos e à defesa transitória de produções nacionais (resultados que já se conseguiram), importa a aliança de novas condições, tais como a formulação de políticas deliberadas de desenvolvimento regionalmente harmónico, a constituição de fundos para expansão e reconversão e o delineamento de modalidades amplas de auxílio técnico.

No plano internacional tem de evitar-se uma cisão, ainda que temporária, nas orientações da economia europeia, ao mesmo tempo que se alcance aquela dimensão e aquele sentimento de coesão que constituem penhor da independência da Europa no mundo novo de amanhã e garantia de progresso e bem-estar para os povos que integram o velho continente, pátria da civilização ocidental. Resta uma palavra acerca das incidências na economia portuguesa do acordo a aceitar. Sejam quais forem os acontecimentos e a evolução futura, levanta-se uma certeza iniludível: é a da imperiosa necessidade de transformar profundamente a economia portuguesa, e no triplo aspecto de reconversão estrutural, com novas actividades e reorganização das actuais, de ordenarão alterada na natureza das políticas económicas e, mais importante entre todas as exigências, de efectivação acelerada da unidade económica entre a metrópole e o ultramar. Todas essas modificações sempre seriam vantajosas para o País; mas nas circunstâncias actuais ganham o carácter de condição para competirmos e cooperarmos com as economias estrangeiras ou, o que é o mesmo, para sobrevivência da própria comunidade nacional.

Manuel Alves da Silva.

Manuel Teixeira de Queirós Pereira.

Manuel Alberto Andrade e Sonsa.

Virgílio da Fonseca.

Adolfo Santos da Cunha.

Carlos Barata Gagliardini Graça.

Mário Luís Correia Queirós.

Eugénio Queirós de Castro Caldas.

Albano Pereira Dias de Magalhães.

Albano Rodrigues de Oliveira.

António Pereira Caldas de Almeida.

António de Sommer Champalimaud.

Carlos Garcia Alves.

Francisco José Vieira Machado.

Jorge Botelho Moniz.

Francisco Pereira de Moura, relator.