centagem, há no distrito de Braga 53 por cento de pavimentos aperfeiçoados e 62 por cento no de Viana do Castelo.

Quer dizer que no conjunto da província um pouco mais do que 40 por cento das estradas nacionais são ainda de macadame, pavimento absolutamente impróprio para o movimento, para os meios de locomoção actuais, para o ritmo da vida que boje se leva e para o dinheiro que se investe nos automóveis e camiões que nessas estradas de macadame sofrem um desgaste muitíssimo maior.

Interessa, portanto, apontar que há no Minho uns 57 por cento das estradas com pavimentos aperfeiçoados, mas devemos ver se estes mesmos pavimentos estão em bom estado e se as obras de rectificação feitas, nas curvas, em locais perigosos, ou nas passagens pelas povoações, ou passagens de nível, estão de acordo com as necessidades. Infelizmente não estão em muitos casos, e é preciso ir muito mais além s em ritmo muito mais rápido, na reparação e na rectificação de traçados, para que não se deixe perder a obra meritória que tem sido levada a cabo naquela província e que no seu tempo já esteve bem.

Por culpa das direcções de estradas e dos seus técnicos? Não, estou disso absolutamente convencido, pois conheço bem a dedicação que votam ao seu trabalho e o quanto presam as suas e nossas estradas. Um dos serviços mais antigos das obras públicas nacionais é servido por um torpe de técnicos com enorme experiência adquirida em muitos anos de estudo e de prática e que têm

procurado actualizar-se de acordo com aquilo que se faz por esse inundo além.

Por culpa das verbas, sim. Dessas tão necessárias e parcas verbas que fazem falta em imensos lugares, mas que não foi possível distribuir à medida dos desejos e necessidades de cada um dos serviços.

E é inegável que a Junta Autónoma de Estradas, independentemente de outros males de que possa sofrer e que não estou em condições de analisar, até pela carência de elementos, tem falta, de verbas, vem sofrendo há já bastantes anos de falta de dinheiro pura atender às necessidades.

Já aqui foram focados - e com que primor e elevação! - aspectos gerais do problema, de forma que me reportarei somente à exiguidade rias verbas no caso minhoto, aquele que de momento me ocupa, para acentuar a necessidade da sua ampliação, pelo menos até que chegue aquele dia maravilhoso em que estejam boas. ou pelo menos aceitáveis, todas as estradas nacionais e de interesse turístico da linda província, mas não resisto a fazer umas comparações. E não me anima qualquer sentimento de inveja, desde já declaro.

E, assim, sobre elementos do parecer das Contas Gerais do Estado de 1958, elaborei o quadro em que se comparam alguns dados referentes aos distritos de Viana do Castelo, Draga. Porto e Lisboa, para demonstrar à saciedade que não tem havido critério uniforme na distribuição dos dinheiros que se destinam às estradas, embora ouça dizer que as estradas do Minho são melhores do que as de outras regiões.

Portanto, se por um lado há falta de dinheiro destinado à Junta Autónoma de Estradas, por outro lado ele saiu de lá, parece, com critério pouco uniforme.

O quadro que apresento mostra que a 53 por cento de estradas com pavimentos aperfeiçoados no distrito de Braga correspondem 62 por cento em Viana do Castelo, 83 por cento no Porto e 94 por cento em Lisboa. Os números falam. Os comentários são supérfluos, a não ser para dizer que fora de Lisboa e do Porto também é Portugal e que, se as necessidades da zona da capital e da capital do Norte são grandes, a província também tem incontestáveis direitos. Admito que um trânsito mais intenso exija melhores pavimentos, mas nem tanto! ...

Outros números também curiosos são os que se referem às verbas gastas em conservação e reparação da rede de estradas durante os anos de 1946 a 1958 e durante o ano de 1958, e que indico por quilómetro da rede de estradas por serem assim mais facilmente comparáveis. Viana do Castelo recebeu tudo semelhante ao Minho, não têm dentro do seu termo uma única estrada alcatroada. Sabemos que vão começar dentro em breve as obras da estrada nacional n.º 206, que liga Fafe ao Arco de Baúlhe e dali a Vila Pouca de Aguiar, por Cerva-Ribeira de Pena, num primeiro troço até Gandarela.

Isto já é alguma coisa; mas ainda é muito pouco, se atendermos, sobretudo, ao ritmo lento - se exagero não é por excesso - em que estas obras são conduzidas.

E depois ainda há, e perdoe-se-me que fale agora no assunto, a estrada n.º 304, da Gandarela a Celorico, e a