Manteve-se na generalidade dos países da Europa de Leste, nos primeiros meses de 1960, o ritmo de expansão da actividade industrial e do comércio externo verificado no ano transacto, embora se tenham agravado recentemente os sinais de tensão nas economias de alguns destes países.

Na verdade, no decurso do 1.º trimestre do ano corrente, as taxas de crescimento da produção industrial dos países desta área foram, de um modo geral, superiores às programadas para 1960, situando-se ao nível das registadas em igual período do último ano. O aumento da produção industrial nos países da Europa de Leste deve-se principalmente a acréscimos de produtividade, mantendo-se estacionário o volume de emprego. No entanto, deve assinalar-se que surgiram dificuldades na obtenção de determinadas matérias-primas e produtos semiacabados para abastecimento da indústria.

De acordo com os elementos disponíveis, a referida expansão industrial, no 1.º trimestre do ano em curso, foi mais acentuada nas indústrias de bens de equipamento - em especial nas indústrias mecânicas, químicas e de materiais de construção, em que se mantiveram ou elevaram as taxas de expansão registadas em 1959. Contudo, na generalidade dos países, a taxa de crescimento no sector das indústrias de bens de consumo manteve-se inferior à registada para o conjunto da actividade industrial, o que denuncia mais unia vez a orientação destes países de sacrificarem o consumo imediato em favor da produção de bens de equipamento. Só a produção de bens de consumo duradouros parece ter registado algum aumento na maioria dos países da área - nomeadamente na União Soviética,- Checoslováquia e Alemanha Oriental. De um modo geral, a forma como tem decorrido a. actividade agrícola nos países da Europa, de Leste, em que têm tido influência considerável as desfavoráveis condições climáticas observadas nos primeiros meses do ano em curso, diverge acentuadamente das elevadas taxas de crescimento planeadas neste sector. Assim, por exemplo, enquanto na Albânia, em princípios de Maio, apenas 16 por cento da área planeada se encontrava semeada, na Polónia e na União Soviética foi necessário dedicar às culturas habituais áreas superiores às normais, a fim de compensar, pelo menos em parte, a quebra de produção das culturas no final do ano, em consequência de factores climáticos e estruturais particularmente adversos. Para tornar possível tal recuperação, em relação à qual as previsões actuais não são muito optimistas, sobretudo devido à difícil adaptação de certos sectores, a braços com dificuldades de organização, foi necessário mobilizar factores de produção adicionais -nomeadame nte máquinas agrícolas, fertilizantes e mão-de-obra- em quantidades apreciáveis, mas que nalguns casos será praticamente impossível obter a tempo de salvar as colheitas, como sucedeu nas novas terras de cultura da Sibéria.

Deve ainda notar-se, no que se refere à agricultura, a intensificação do movimento de colectivização empreendido no início deste ano em todos os países da Europa de Leste, que aumentou consideràvelmente a importância relativa do sector agrícola em regime de economia socialista. A evolução do comércio externo na maioria dos países da zona parece denunciar uma melhoria da balança de pagamentos. Em especial na Checoslováquia, Alemanha Oriental, Hungria e Polónia, espera-se contribuir paxá esse objectivo através da expansão das exportações de produtos de construção mecânica não só

para os outros países da Europa de Leste, mas também para a Ásia, África e América Latina, zonas com as quais o bloco soviético procura intensificar as suas correntes de troca, mesmo à custa de apreciáveis sacrifícios nas suas próprias economias.

Metrópole

Origem do produto O conjunto de elementos de informação sobre a economia metropolitana de que neste momento se dispõe torna viável uma interpretação mais segura da evolução dos principais sectores de actividade em 1959, permitindo ainda, a partir dos valores de alguns indicadores já publicados para o corrente ano, prever, na medida do possível, quais as linhas gerais do comportamento económico que irá condicionar a gestão financeira de 1961.

Como se pode observar do quadro que a seguir se insere, a contribuição dos diferentes sectores de actividade para a formação do produto interno bruto em 19591 não se afastou, de um modo geral, da previsão formulada no relatório da Conta Geral do Estado desse ano.

Efectivamente, como se previu, foi aos valores acrescentados nas indústrias e no conjunto «Energia eléctrica e serviços» que ficou a dever-se o acréscimo de 2 343 000 contos verificado no produto interno bruto em relação ao ano anterior, visto que a contribuição do sector «Agricultura, silvicultura e pesca» foi ainda inferior à de 1958.

Interessa, porém, notar que a variação negativa do produto formado na «Agricultura, silvicultura e pesca» não alcançou, proporções mais acentuadas, visto que os decréscimos das participações da agricultura e pesca foram, em parte, atenuados pelo aumento de 256000 contos experimentado pela silvicultura, caça, etc.

Origem do produto nacional bruto ao custo dos factores por sectores de actividade (a)

(Em milhares de contos)