aumento, dos salários do pessoal daquela indústria. Admite-se, todavia, a possibilidade de uma regressão, se a sensível baixa que no 2.º trimestre afectou as cotações mundiais das peles e couros de bovinos tiver a duração suficiente para se reflectir no custo dos curtidos e, consequentemente, no do calçado. O mercado está suficientemente abastecido e não se prevêem quaisquer carências nos próximos meses. A avaliar pelos elementos estatísticos disponíveis e relativos aos primeiros oito meses do corrente ano, prosseguiu, em ritmo muito satisfatório, a expansão do consumo interno dos combustíveis líquidos, nomeadamente das gasolinas, onde a taxa de aumento foi de cerca de 12,5 por cento. Esta expansão do consumo está intimamente relacionada com o constante aumento do parque automóvel e com o incremento do turismo nacional e estrangeiro. Continuou a verificar-se uma translação do consumo da gasolina normal para a de tipo super, à medida que melhorou a comercialização desta e a sua rede de distribuição.

O aumento de consumo de gasóleo foi mais modesto (cerca de 3 por cento), enquanto o de fuel-oil excedeu 7 por cento, o que pode ter-se por satisfatório.

Praticamente não progrediu o consumo de petróleo, o que deve filiar-se não só na crescente utilização da electricidade, quer como meio de iluminação, quer de aquecimento, como também na vulgarização dos gases derivados do petróleo (tipo butano, propano, etc.), e que nomeadamente na província são utilizados em substituição do petróleo.

À excepção do reajustamento praticado no gasóleo auto, não houve praticamente qualquer alteração sensível de preços durante os últimos meses.

É de esperar para o ano de 1961 a manutenção, do ritmo de crescimento dos consumos dos combustíveis líquidos, à medida que prossegue não só o desenvolvimento do turismo como também a mecanização das actividades da lavoura e o movimento de industrialização em geral.

Investimento Conforme já foi referido no relatório da Couta Geral do Estado de 1959, a formação bruta de capital fixo absorveu nesse ano cerca de 17 por cento do produto nacional bruto. Segundo os últimos elementos apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, esta participação iguala a verificada em 1958, mas é nitidamente superior às registadas em 1957 e 1956, conforme o quadro seguinte evidencia.

Participação percentual da formação bruta de capital fixo no produto nacional bruto

(Valores, em milhares de contos, a preços de 1954)

Numa primeira estimativa elaborada pelos referidos serviços estatísticos, a formação bruta de capital fixo deverá atingir em 1960 cerca de 10 245 000 contos, o que representará unia participação no produto nacional bruto de 17 por cento, da mesma ordem, portanto, da verificada nos dois anos anteriores. Como sé mostra no quadro seguinte, a repartição da formação bruta de capital fixo pelos diferentes sectores da actividade económica nacional demonstra uma maior concentração do esforço de formação de capital no sector da Electricidade e serviços, muito mais acentuada da que teve lugar no conjunto dos outros dois sectores - indústrias extractivas, transformadoras e construção e agricultura.

Repartição da formação bruta do capital (a)

(a) Calculada a valores constantes do 1954.

Explica-se a referida concentração pela, orientação que a esse esforço tem vindo a ser dada no sentido de uma mais rápida reprodutividade, sem deixar de ter em atenção o completamento das infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento económico do País. A evolução da participação do sector secundário nos últimos três anos - a que se vem juntar a esperada para 1960 - parece confirmar a previsão feita no citado