Durante o período compreendido entre 1 de Outubro de 1959 e 30 de Setembro de 1960 o total de crédito distribuído pela Caixa aumentou cerca de 772 000 contos. Como se depreende do quadro apresentado, quase metade desse aumento, no montante de 364 000 contos resultou da expansão verificada no crédito concedido ao sector público.

É de salientar que grande parte dós financiamentos feitos pela Caixa a favor deste sector se destinaram a empreendimentos previstos no Plano de Fomento em curso. Desta maneira, a Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência participa também no esforço de investimento que a Nação tem de realizar, para que se possam cumprir os objectivos do Plano de Fomento.

O fomento directo da produção beneficiou de um acréscimo no crédito distribuído de cerca de 245 000 contos, dos quais se destinaram à agricultura 71,6 por cento.

Nas restantes operações, o alargamento do crédito foi de 164 000 contos aproximadamente, dos fluais 60 por cento em benefício do fomento de construção urbana.

Preços e salários Seguindo a tendência já evidenciada nos dois anos anteriores, os índices de preços por grosso para a cidade de Lisboa mantiveram-se praticamente estacionários em 1959.

Efectivamente, conforme se referiu no relatório da Conta Geral do Estado de 1959, a média anual dos índices de preços por grosso naquele ano diferiu da de 1958 sómente em 0,8 pontos, principalmente devido à baixa dos preços dos produtos importados do estrangeiro e do ultramar.

Na primeira metade do ano corrente o índice médio atingiu 119 pontos, contra 115 em período anterior correspondente, elevação para a qual contribuíram em especial os grupos alimentação, produtos da indústria química e produtos manufacturados. Por outro lado, o referido comportamento pode ser em grande parte atribuído aos produtos de origem metropolitana, em consequência da escassez das colheitas ou de ligeiros reajustamentos introduzidos nalguns preços anteriormente subsidiados, enquanto nos produtos de origem estrangeira, ou importados do ultramar, se verificou uma relativa estabilidade, ou até leve contracção, em relação aos preços anteriormente praticados.

Do mesmo modo, os índices de preços no consumidor apresentaram em 1959, para todas as cidades que são objecto de observação dos serviços estatísticos competentes, médias anuais ligeiramente superiores às verificadas no ano anterior, tendo correspondido à cidade de Viseu, com 3,6 por cento, o acréscimo mais significativo. Os primeiros seis meses do ano em curso não vieram trazer alterações profundas ao comportamento dos índices em causa, cabendo, no entanto, à cidade do Porto, com cerca de 4,5 por cento, a elevação mais acentuada do índice médio.

Os agravamentos verificados foram essencialmente resultantes da escassez de certos produtos alimentares, originada pelo mau ano agrícola e que determinou um aumento da procura de alguns bens de substituição. Com a melhoria das condições climatéricas e a normalização dos mercados atenuou-se o sentido de alta verificada no índice de preços nos consumidores, pelo que os meses de Verão denunciaram já uma relativa estabilidade. Todavia, a ligeira tendência para a elevação dos preços no consumidor não veio afectar o poder de compra da população trabalhadora, pois que, em 1959, os acréscimos experimentados pelos níveis de- salários ultrapassaram os dos índices de preços. Na verdade, os salários rurais elevaram-se nesse ano de cerca de 5,5 por cento, enquanto os salários industriais subiram, na cidade de Lisboa, de aproximadamente 4 por cento.

Acresce a esta circunstância o facto de que no período de Janeiro a Julho de 1960 o índice médio dos salários rurais subiu cerca de 8,5 por cento, portanto mais do que os índices de preços, mantendo-se assim a tendência ascensional dos salários rurais, em nítida progressão desde 1955.

Moeda Circulação e crédito Embora de menor amplitude que no ano anterior, não se alterou ao longo dos oito primeiros meses de 1960 a tendência para o aumento da moeda em cir-