timo esperar que a entrada em funcionamento de novas indústrias e a intensificação da exportação de alguns bens de consumo, que se vem observando, possam vir a exercer marcada influência na evolução dos saldos da balança comercial da metrópole. Tanto os valores importados como os exportados acusaram nos oito primeiros meses deste ano, e em comparação com. igual período de 1959, acréscimos de cerca de 11 por cento, o que implicou a estabilização do coeficiente de cobertura, ao nível do ano anterior, o qual, por sua vez, já igualava o de 1958, conforme pode observar-se no quadro seguinte.

Coeficientes de cobertura das importações pelas exportações

E, no entanto, de assinalar que a estabilização do coeficiente de cobertura se verificou no nível mais baixo dos últimos anos, depois de se ter sucessivamente deteriorado desde 1955. A apreciação da balança comercial da metrópole com. o estrangeiro, por áreas monetárias, demonstra que não se alterou, nos primeiros oito meses de 1960, a tendência de concentração do nosso comércio externo na zona do Acordo Monetário Europeu.

De facto, foram os países desta zona que forneceram à metrópole cerca de 83 por cento das importações do estrangeiro, absorvendo cerca de 70 por cento das nossas exportações. Ainda é esta área á principal responsável pelo elevado saldo negativo da balança comercial com o estrangeiro, situação que, no período em análise, sofreu um ligeiro agravamento em virtude dá expansão mais acentuada das importações do que das exportações .

Por outro lado, os países da zona dólar, embora tenham tido uma participação relativamente modesta na importação metropolitana, receberam, no período Janeiro - Agosto de 1960, mais de um quinto do total da exportação metropolitana para o estrangeiro, o que veio a traduzir-se numa melhoria do respectivo coeficiente de cobertura em cerca de 2,3 pontos.

Inversamente, a balança comercial com os a outros países não participantes», que nos oito primeiros meses de 1959 tinha apresentado um saldo negativo de 50 000 contos, acusou este ano um sensível agravamento, originado, como o quadro XXXVII evidencia, num acréscimo das importações superior em 114 000 contos no das exportações.

Comércio da metrópole com o estrangeiro, por zonas monetárias (a)

(b) Países da O. E. C. E. o seus T. O. M., países não membros da, zona esterlina, Indonésia, Vietname, Laos, Camboja, Marrocos, Tunísia o Repúblicas da Guino e do Congo.

(c) América do Norte, América Contrai, Bolívia, Equador, Venezuela, Libéria e Filipinas. O desdobramento da balança comercial pelos diferentes países com quem a metrópole manteve relações comerciais no período de Janeiro a Agosto de 1960 revela que não houve alterações sensíveis das posições relativas desses países, quando comparadas com as observadas em período homólogo do último ano. Na verdade, a Alemanha Ocidental mantém a posição do principal fornecedor, enquanto na exportação o Reino Unido continua a ocupar o lugar mais importante, tendo aumentado consideràvelmente o valor global das suas compras à metrópole. Tudo leva a supor, no entanto, que a entrada em funcionamento do sistema de desmobilização tarifária instituído pela Convenção de Estocolmo traga, num futuro mais ou menos próximo, alterações a este quadro.

Na zona dólar a posição dominante continuou a pertencer ao comércio com os Estados Unidos da América, que, graças a uma expansão das exportações sensivelmente superior à das importações, apresentava, no fim do período em análise, saldo positivo, contrário, portanto, ao verificado no mesmo período de 1959.