nova República do Congo, da Federação das Rodésias e da Niassalândia e da União Sul-Africana.

Já no 2.º semestre deste ano, e após os acontecimentos verificados na jovem república vizinha, os caminhos de ferro de ambas as provinciais suportaram grande parte do tráfego que anteriormente era encaminhado para Matadi e que passou a ser desviado para a Beira, e principalmente para o Lobito, desempenhando, assim, uma função vital no escoamento das produções da rica região do Catanga.

O alargamento das redes de estradas das províncias permitiu uma intensificação do tráfego automóvel, quer de carga, quer de passageiros, embora se notem ainda muitas deficiências nas ligações entre os centros mais populosos. O parque automóvel continuou a desenvolver-se e com ele o consumo de combustíveis líquidos.

Os portos registaram um movimento crescente de carga e passageiros, embarcados, desembarcados e em trânsito. No período de Janeiro a Maio o número de navios que demandaram o porto de Lourenço Marques subiu de 628 em 1959 para 679 em 1960, com uma tonelagem bruta de arqueação de 4 692 230 (mais 10 por cento do que no ano anterior).

Também no porto da Beira o número de navios subiu de 623 a 674, em igual período de tempo, com idêntico acréscimo de 10 por cento na tonelagem bruta. Foi quase geral o aumento da carga descarregada e carregada relativamente ao mesmo período do ano anterior.

Intensificaram-se também no decurso deste ano as ligações aéreas internas e externas entre os principais centros populacionais das províncias ultramarinas e do estrangeiro, além das carreiras normais para a metrópole.

Investimentos Sòmente se dispõe de alguns elementos numéricos dispersos, para ajudar a fazer uma ideia da evolução dos investimentos no ultramar, dado que as províncias ultramarinas não possuem ou não publicam dados sobre a contabilidade nacional dos referidos territórios.

É sabido que nas regiões em fase de desenvolvimento económico, como é o caso das nossas províncias de além-mar, uma parte considerável do financiamento do investimento tem de provir necessàriamente do exterior. No entanto, acerca da entrada de capitais em geral apenas se conhecem os dados da balança de pagamentos de Moçambique, que indicam para 1959 um ingresso de capitais privados da ordem dos 128 000 contos, contra 76 000 em 1958 e 108 000 em 1957, números que se devem no entanto situar muito aquém da realidade, dada a dificuldade de controle e apuramento das operações.

Um outro elemento de certo interesse para avaliar da evolução dos investimentos é o representado pelos dispêndios na construção civil. Neste campo, sabe-se que em Angola (dez principais cidades) se despenderam em 1959 cerca de 369 000 contos, contra 408 000 em 1958. O movimento foi inverso em Moçambique (Lourenço Marques e Beira): 428 000 contos em 1959 e 336 000 em 1958.

Dentro dos investimentos privados fica assim uma larga margem por determinar quantitativamente. Quando muito, seria possível alinhar algumas estimativas dos gastos de certas grandes empresas, que, no entanto, se escalonam, em geral, por vários anos. Entre as actividades abrangidas por largos investimentos realizados e em perspectiva destacam-se os da produção de energia (sobretudo em aproveitamentos hídricos), da pasta de papel, do alumínio, dos petróleos (prospecção, extracção e refinação), dos derivados

da pesca, do açúcar, dos minérios (incluindo os investimentos ferroviários e portuários), do cimento e dos óleos. Não se afigura exagerado estimar que os investimentos privados totais no ultramar ultrapassem largamente 1 milhão de contos por ano.

No capítulo dos investimentos públicos devem destacar-se os abrangidos pelo Plano de Fomento. Por ele foram inicialmente fixados para todo o ultramar, em 1959, dispêndios num total de 1,3 milhões de contos, montante posteriormente alargado para 1,6 milhões. Para o ano em curso o gasto global considerado no programa inicial era de 1,8 milhões de contos, mas as sucessivas alterações introduzidas no decurso do ano fizeram subir esse montante para 2,1 milhões de contos.

Nos dois quadros seguintes faz-se a comparação entre os programas iniciais e registos para 1959 e para o ano em curso.

II Plano de Fomento

(Em contos)

(Em contos)

A percentagem, de execução do primeiro ano do Plano em 1959 e para o conjunto do ultramar foi de 66 por cento do programa revisto, e de 82 pôr cento, se se reportar aos objectivos inicialmente fixados. Tratando-se do ano de arranque e tendo presentes as dificuldades naturalmente surgidas nesta fase, podem considerar-se aceitáveis os resultados alcançados.

Tendo fundamentalmente em vista recuperar o atraso verificado naquele primeiro ano, o programa, inicial de 1960 foi amplamente revisto, alargando-se as dotações previamente fixadas.