Índices dos preços dos produtos alimentares e dos produtos para aquecimento, saúde e higiene em Luanda

(1939 = 100)

Infelizmente não se dispõe de dados mais completos sobre o comportamento dos preços e do custo de vida nas outras províncias ultramarinas, sendo, porém, de esperar que não se tenham verificado ultimamente quaisquer tendências altistas de especial significado. Com efeito, não só se regista uma baixa acentuada de preços na maioria dos produtos importados - que satisfazem grande parte da procura interna -, como também os mercados se acham suficientemente abastecidos dos produtos mais correntes, em face da normalização das trocas comerciais e da regularidade das comunicações entre os centros produtores e consumidores.

Comércio externo A observação do comércio externo do conjunto das províncias ultramarinas mostra, no 1.º semestre do corrente ano, uma expansão apreciável, nomeadamente no sector das exportações. Assim, em Angola, o total das exportações no fim do 1.º semestre do corrente ano era superior em 284 509 t e 32 027 contos (mais 2 por cento) aos quantitativos verificados no período homólogo do ano anterior. Mais significativo era, porém, o acréscimo observado em Moçambique em igual período: mais 33 3111, com o acréscimo de valor de 193 000 contos (mais 28,6 por cento); Também as exportações do Estado da Índia superavam as de igual período do ano anterior em cerca de 199 000 .contos (mais 68,8 por cento).

Esta tendência favorável manteve-se nos meses seguintes. Em 31 de Agosto - última data para que se possuem elementos - as exportações de Angola excediam em 43 489 contos (mais 2,1 por cento) as do ano de 1959, ao passo que em. Moçambique o excesso mantinha-se em cerca de 192 000 contos (mais 18,5 por cento).

O déficit da balança de comércio de Angola, que no final de Agosto de 1959 era de 371 887 contos, achava-se reduzido em igual data do corrente ano a 152 721 contos, sendo de prever que venha a ser absorvido até final do ano. A melhoria desta situação ficava-se devendo não só ao incremento das exportações, mas também à diminuição do valor dás importações (menos 175 577 contos), embora estas tenham progredido apreciavelmente em quantidade (mais 44 587 t).

Para Moçambique só se dispõe de números da importação relativos ao período de Janeiro a Junho. Observe-se que até àquela data o déficit da balança comercial

era de 901 422 contos, quando no final de idêntico mês de 1959 o mesmo atingia o quantitativo de 1 068 357 contos, o que representava uma diminuição de 166 935 contos em relação ao período homólogo do ano anterior. A melhoria era proveniente de mais elevadas exportações (mais 193 086 contos), deduzidos de um acréscimo, embora modest o, das importações (mais 26 151 contos.).

No final do 1.º semestre o déficit da balança comercial do Estado da Índia era de 48 620 contos, contra 60 344 contos em período idêntico de 1959.

Regista-se a expansão, verdadeiramente excepcional, do comércio externo desta província no referido período: mais 187 185 contos nas importações e mais 199 000 contos nas exportações.

Passando à análise por produtos exportados pelas diferentes províncias ultramarinas, verifica-se que Angola, durante os primeiros oito meses do corrente ano, obteve melhorias nos seguintes postos do seu comércio de exportação: sisal (mais 1250 t e mais 54 010 coutos); minérios de ferro (mais 262 462 t e mais 68 695 contos); algodão (mais 16 707 contos); madeiras serradas e em bruto (mais 31 861 t e mais 33 818 contos); açúcar (mais 10 1301 e mais 26776 contos); café mais 39 411, embora com menor valor - 24 000 contos), sementes oleaginosas e crueira. As principais reduções deram-se nos diamantes, no milho (menos 15 000 t e menos 25 000 contos), nas farinhas de peixe, no peixe seco e nos minérios de manganês.

Em Moçambique são dignos de especial registo os aumentos verificados no algodão, na castanha e na amêndoa de caju, no chá, no sisal (este só em valor), nas madeiras em bruto e nas frutas frescas (bananas).

Verificaram-se decréscimos no açúcar, nas sementes oleaginosas e nalguns óleos.

Os minérios de ferro, de ferro-manganés e de manganês são praticamente responsáveis por todo o incremento verificado na exportação do Estado da Índia (2 810 409 t, no valor de 466 030 contos, no 1.º semestre de 1960, contra 1 484 522 t, no valor de 240 539 contos, em igual período de 1959). Posteriormente àquela data, a exportação dos minérios prosseguiu em boa cadência, pois em 13 de Outubro passado atingia já 4 323 760 t, e, a manter-se ate ao final do ano, excederá provavelmente os õ milhões de toneladas previstos.

Não houve alterações profundas nas correntes de t rocas tradicionais das nossas províncias ultramarinas. A metrópole mantinha a sua posição dominante como cliente e fornecedor em Angola no final do 1.º semestre e a de principal cliente de Moçambique, a uma distância considerável dos outros mercados. O comércio do Estado da Índia com a metrópole permanecia insignificante na exportação e pouco significativo na importação (cerca de 10 por cento). A posição da Alemanha como cliente melhorou apreciavelmente no decurso do 1.º semestre de 1960, enquanto a do Japão flectia ligeiramente. O Reino Unido e a Alemanha conservaram as posições de principais fornecedores entre os países estrangeiros.

Moeda e crédito A circulação fiduciária no conjunto das províncias ultramarinas portuguesas teve um pequeno aumento em 1959 relativamente à que tinha sido registada em 1958 - 2,2 por cento. Este incremento foi, no entanto, superior ao que se tinha verificado entre 31 de Dezembro de 1957 e a mesma data do ano seguinte - 0,1 por cento. No termo de 1959, a circulação fiduciária ultramarina elevava-se a um pouco mais de 2,7 milhões de contos.