A constante expansão dos meios monetários no ultramar justifica-se não só pelo desenvolvimento da actividade económica como pela crescente participação do sector indígena no circuito monetário. O primeiro factor terá sido provavelmente no ano findo o que exerceu maior pressão sobre o volume de notas em circulação no conjunto das províncias, pois o mais pronunciado aumento de circulação fiduciária que se notou foi o do Estado da Índia (25 000 contos), o qual terá sido quase exclusivamente devido à substancial expansão que se deu na extracção de minérios. Por outro lado, julga-se que será essencialmente às diferentes condições agrícolas que se pode atribuir a maior elevação do quantitativo de notas em circulação em Angola (quase 20 000 contos) do que em Moçambique (cerca de 8000 contos). Deve notar-se, contudo, que o incremento registado em 1959 em Angola não bastou para compensar a quebra apurada em 1958 (quase 51 000 contos). Por último, terá sido fundamentalmente em razão de colheitas inferiores às normais que Timor e S. Tomé e Príncipe viram diminuída a sua circulação fiduciária.

Circulação fiduciária das províncias ultramarinas

(Em contos)

Em ambas as províncias de Angola e Moçambique o volume de meios de pagamento tem sido desfavoravelmente influenciado pela variação das reservas de ouro e de divisas.

Não se possuem dados sobre a evolução verificada no corrente ano, mas é de crer que as reservas tenham continuado a sua marcha descensional, não obstante a melhoria das balanças comerciais. Tal agravamento, embora ligeiro para o caso de Moçambique, deve resultar principalmente das operações de capital, que já nos últimos três anos se saldaram negativamente, ao mesmo tempo que se reduziram os saldos positivos das transacções correntes, pela diminuição do fluxo de invisíveis.

As medidas adoptadas para a regularização da situação cambial das províncias, sobretudo de Angola, não começaram a dar ainda os seus frutos, em face do curto período de tempo em que vigora a nova regulamentação.

Apesar das dificuldades económicas que se verificaram nalgumas províncias durante o ano de 1959, subiu sensivelmente o volume de depósitos nos bancos emissores ultramarinos, passando de 22 160 000 para 24 018 000 contos (mais 8,4 por cento) depois de ter descido de 1958 para 1959 (menos 2,3 por cento). O maior acréscimo verificado em 1959 foi o de quase 1,2 milhões de contos em Moçambique; também foram importantes o de 400 000 contos registado no Estado da Índia e o de 160 000 notado em Angola. O único decréscimo registado no mesmo ano foi o de 9000 contos em Macau.

Depósitos à ordem no ultramar

(Em contos)

A expansão do crédito em 1959 foi digna de nota: cerca de 1,5 por cento no montante de letras descontadas e de 2,9 por cento no volume de contas correntes e empréstimos caucionados utilizados, embora tenha sido muito inferior à verificada em 1958, respectivamente 9,9 por cento e 35,9 por cento. O saldo do