Como se vê, avultam neste quadro as mercadorias importadas sob a designação aduaneira de «Matérias-primas». De facto, incluem-se nesta, classe os óleos minerais para abastecimento da navegação que aflui no porto de S. Vicente, cujas importações e reexportações dominam no comércio externo da província.

Vejamos agora, especìficamente quais as principais mercadorias importadas, comparando no quadro seguinte as respectivas quantidades e valores, em contos, obtidos em cada um dos anos do quadriénio de 1956-1969:

Conforme se constata, avulta a importação de óleos combustíveis para a navegação como atrás dissemos.

Além destes combustíveis e do carvão de pedra, merecem também referência a importarão dos tecidos e das substâncias alimentícias.

Durante o ano de 1959 a produção agrícola de Cabo Verde não tomou feição mais animadora do que a do ano anterior.

A vida económica da província, segundo informações locais, continua, pois, aguardando solução, ressentindo-se intensamente das desastrosas consequências advindas das más colheitas (um pouco melhores, em todo o caso, do que as de 1958), provocadas pela erónica escassez e irregularidade das chuvas.

O problema económico da província mantém-se, pois, em plena acuidade, podendo afirmar-se que em algumas ilhas a agricultura é de valor insignificante: tal é o caso da ilha do Sal, por exemplo, onde as colheitas nem sequer chegaram para o consumo do próprio agricultor.

Como é sabido, o milho constitui a base da alimentação dos Cabo-Verdianos. Pois em 1958 foi tão deficiente e escassa a produção deste cereal que se tornou necessária a sua importação de Angola, providência de que ao tempo se incumbiu a Junta do Comércio Externo, com a aquisição de 1354 t, que, quase na totalidade, foram consumidas pelas ilhas de S. Vicente e do Sal, visto nas restantes se ter registado uma produção razoável de feijão, batata doce, mandioca e ainda de algum milho, com que as populações se foram alimentando. Em 1959 aumentou ainda a importação do milho, pois se mantiveram as dificuldades de cultura deste cereal já experimentadas, como acabámos de dizer, em 1958.

Segue-se um quadro elucidativo da exportação da província, segundo as classes da pauta aduaneira e referente a cada um dos anos do quadriénio de 1956-1959:

Como se vê, além das «Matérias-primas» (onde figuram, como se disse já, os óleos combustíveis fornecidos às embarcações aportadas a Cabo Verde) e das «Substâncias alimentícias», que em 1959 obtiveram, em relação ao ano anterior, um aumento digno de registo, sobretudo devido, como veremos a seguir, à maior

quantidade de café exportado, nenhuma das outras classes de pauta justifica, pelo seu valor, qualquer especial referência.

Eis agora um quadro em que se especificam os variados produtos constituintes principais das classes aduaneiras mencionadas no quadro anterior.