internacionais, sòmente beneficiando na qualidade dos produtos e da sua aceitação naqueles mercados.

O comércio externo da província caracteriza-se, pois, como se disse já, pela exportação de cinco produtos agrícolas, sem qualquer espécie de industrialização, além de uma preparação primária, e pela importação de tudo quanto carece para o seu abastecimento, desde as matérias-primas às substâncias alimentícias, maquinaria, utensílios e manufacturas diversas.

Nos comentários aos diversos quadros que a seguir apresento sobre exportações e importações da província apreciarei outras causas que as condicionam e promovem as respectivas evoluções.

O primeiro a apresentar respeita à importação para consumo e à exportação nacional e nacionalizada nos últimos quatro anos e respectivos saldos, que determinam a posição da balança comercial da província em cada um desses anos:

Como se vê, embora continue a ser favorável, o saldo da balança comercial em 1959 foi o mais baixo dos registados nos últimos quatro anos. Menos 75 687 contos do que em 1958, tal é a importante cifra, que marcou profunda quebra na posição económica da província. Enquanto em 1958 este saldo correspondeu a mais de 80 por cento do valor total da importação, em 1959 a mesma percentagem cifrou-se em pouco mais de 17 por cento, ou sejam menos 63 por cento que no ano

anterior; contribuíram para esta diferença um aumento de 30 784 contos no valor da importação e uma diminuição de 44 903 contos no valor da exportação.

Adiante veremos as origens destas diferenças.

É interessante o quadro seguinte, onde se põe em confronto a distribuição que houve dos saldos pelos diversos territórios fornecedores e compradores, dando-nos assim a posição da balança de pagamentos da província em relação aos últimos quatro anos:

(a) Em contos.

(b) Exportações sobre importações.

Até 1958, como se vê, a metrópole marcou acentuada posição negativa na balança de pagamentos, isto é, comprou à província apenas uma parte correspondente ao valor do que para ela exportou, que è representada na percentagem indicada no quadro anterior, a qual exprime a medida em que as exportações cobrem as importações. Porém, em 1958 ultrapassou, nas compras que fez à província, o valor total dos fornecimentos que lhe vendeu, para em 1959 tudo voltar à primeira forma, marcando de novo acentuada posição negativa na balança de pagamentos da província.

Embora em 1958 as restantes províncias ultramarinas tenham aumentado considerávelmente as compras feitas a S. Tomé e Príncipe e em 1959 essas compras tenham diminuído novamente, a verdade é que, mesmo em 1958, não foram além dos 4,4 por cento em relação ao total do valor das vendas que lhe fizeram. A explicação deste facto está em que não existem nesses territórios nacionais indústrias laboradoras dos produtos da província, no passo que são produtoras de géneros alimentícios que S. Tomé e Príncipe importa na sua totalidade, principalmente de Angola.

Quanto aos países estrangeiros, as percentagens dos últimos quatro anos, conquanto favoráveis à economia da província, são bastante díspares; e isto porque em 1954 o valor excepcional das cotações dos produtos de S. Tomé e Príncipe originou uma elevada percentagem (624,8 por cento), que no ano seguinte sofreu uma quebra brusca, motivada não só por menores, quantidades exportadas como também por mais baixas cotações, verificando-se todavia em 1956 uma melhoria de posição, devida ùnicamente ao facto do terem sido exportadas maiores quantidades de cacau, pois as cotações continuaram a descer. Porém, em 1957 já a mais-valia da percentagem traduziu, com excepção do cacau, mais o resultado de melhoras cotações do que pròpriamente de uma maior margem de aquisições à província. E em 1958 foi o aumento devido a mais elevada cotação de ca cau, porquanto se verificou a diminuição de volume dos produtos comprados à província. Em contrapartida, porém, como adiante veremos, foi no cacau que se registou a principal causa do menor rendimento da exportação de 1959, não só por ter sido inferior o volume exportado como também por ter diminuído o seu valor intrínseco. De facto, a produção de cacau em 1959 foi das mais baixas dos últimos anos, e quanto às cotações que deteve nos mercados externos o mesmo aconteceu.

Posto isto, e passando à análise do custo da tonelada importada e ao rendimento da tonelada exportada, verificam-se, respectivamente, os seguintes valores em 1959: 4950$ para a primeira e 10 807$40 para a segunda, contra 5168$20 e 11 703$36, respectivamente, em 1958.