carne e umas centenas de toneladas de milho; tudo o mais que se consome, e é muito, vem de fora. Nestas condições, poder-se-ia pensar que ao comércio estaria reservado um papel de relevo na distribuição dos bens de consumo. Porém, tal não sucede. E tal não sucede porque em S. Tomé e Príncipe só existe pràticamente a grande agricultura, feita quase exclusivamente por empresas ou colonos europeus dispondo de uma orgânica comercial especial. E através dessas organizações que se fazem as vendas e as compras, com intervenção das suas delegações ou administrações de Lisboa. Portanto, o cliente do comércio da província é o próprio nativo. Ora este não trabalha, em regra, na agricultura; e, assim, a prosperidade ou a crise comercial ficam na dependência do volume das obras públicas.

Todavia, a vida comercial do S. Tomé e Príncipe parece estar a libertar-se da prolongada crise que a ameaçou, sobretudo em 1955, com a paralisação das obras do Estado e das grandes baixas nas cotações do cacau e do café.

Desde 1957 que a recuperação se vem acentuando, podendo afirmar-se que no ano de 1959 se registou uma melhoria notável da posição do comércio da província.

A Portaria n.º 2240, de 17 de Dezembro de 1955, que determinou a extinção das cantinas existentes nas roças, veio contribuir fortemente para o desenvolvimento do comércio de retalho nos estabelecimentos comerciais. Todavia, o comércio continua a ressentir-se do facto de as principais empresas agrícolas continuarem a importar directamente, e em grande quantidade, os géneros alimentícios destinados ao consumo nas roças. No entanto, continua a fazer importações que superam as suas necessidades, talvez na esperança de que as empresas modifiquem, voluntária ou compulsivamente, o seu sistema de importação directa.

Dessa circunstância, e também da dificuldade de cobrança do que é vendido à classe média, resultam, por vezes, situações embaraçosas. Porém, segundo informações que temos d a própria província, a situação do seu comércio melhorou durante o ano de 1959, sob este aspecto também, em vista do menor número tanto de pedidos para prorrogações de prazos de crédito como e protestos de efeitos comerciais. A produção industrial, por sua vez, não merece qualquer referência especial. A principal está estreitamente ligada à exploração agrícola, sendo exercida pelas próprias empresas de agricultura: trata-se da indústria do óleo de palma.

Todavia, a sua extracção é feita, mesmo nas grandes empresas, por processos primitivos que implicam grandes desperdícios da gordura contida nas fibras, o que provoca a má qualidade do produto e o encarecimento da mão-de-obra.

Além desta indústria, apenas há que mencionar uma pequena fábrica de sabão, de produção restrita, uma serração de madeira, uma moagem de milho, uma fábrica de cal e outra de refrigerantes.

Situação da tesouraria - Comparação com a situação em 31 de Dezembro de cada um dos anos do quadriénio de 1956-1959 Os quadros a seguir mostram, respectivamente, a posição e a situação da tesouraria no último dia de cada um dos anos do quadriénio de 1956-1959:

Além destas somas, há ainda a considerar uma existência em depósito no Banco de Angola - banco emissor da província - como produto da cobrança do imposto das sobrevalorizações, existência essa que era em 31 de Dezembro de 1959 de 121 089 835$26, contra 118 854 418$09 em igual dia de 1958, podendo assim mencionar-se as disponibilidades em dinheiro naquela data como sendo da quantia de 532 551 347$60, contra 969 190 802$81 em 1958.

É de notar que a diminuição de disponibilidades verificada em relação ao termo de 1958 resulta, quase exclusivamente, de uma maior utilização de fundos através do Plano de Fomento.

Posição do fundo de reserva

Comparação com os três anos imediatamente anteriores Não foi ainda constituído em Angola o fundo de reserva a que se refere o Decreto n.º 17 881, de 11 de Janeiro de 1930, filiando-se as razões da sua não constituição em motivos de ordem técnica, económica e financeira.