Porém, e independentemente destas medidas, cremos não ser insuperável, mas apenas relativamente moderado, o desnível verificado; e bem possível é que daqui a uns tempos, não muito distantes, venha até a ser eliminado tal desequilíbrio pelos avanços da produção, especialmente em certos sectores da indústria, que, ao que sabemos, oferecem auspiciosas perspectivas. Vamos fazer seguidamente um breve, mas tão criterioso quanto possível, em face dos elementos de que dispomos, estudo do comércio externo da província em 1959. Tratemos primeiramente da importação.

Eis um quadro dos produtos que mais influíram nos seus valores em cada um dos anos do quadriénio de 1956-1959:

Como se verifica por este quadro, nem todas as mercadorias importadas atingiram os valores e quantidades do ano anterior, embora muitas outras, porém, tenham aumentado as suas quantidades e valores importados, daqui resultando, afinal, no cômputo geral, um aumento de 29 620 contos de mercadoria importada em 1959 relativamente a 1958.

Vejamos então, mais ou menos especificadamente, de que variações de importação resultou tal aumento no último ano.

Em primeiro lugar, nota-se a maior diferença nas mercadorias importadas sob a designação de «Material fixo e circulante para caminhos de ferro», que em conjunto se elevaram a 380 00 contos, excedendo assim o dobro do valor registado em 1958 (129 000 contos).

Seguem-se as importações de máquinas e aparelhos industriais ( + 25 452 contos) e de automóveis para transporte de pessoas (+ 20 302 contos) e ainda, em menor escala, os vinhos comuns ( + 14 320 contos) e o azeite (+ 6590 contos), passando pelas peças separadas para as acima referidas máquinas e aparelhos industriais (+ 9603 contos).

Quanto às diminuições, registaram-se, por ordem de grandeza, as seguintes: automóveis de carga (- 43 072 contos) e sacaria (- 42 276 contos); geradores e motores eléctricos ( -33 232 contos), que não figura, aliás, no quadro atrás, por já em 1959 não merecer importância o quantitativo importado, e ferro em bruto ( - 26 334 contos), além das máquinas e aparelhos diversos ( -17 342 contos), que igualmente, e pelas mesmas razões, não figura no quadro anterior, e tractores completos (- 15 772 contos), que não figura também no referido quadro.

É ainda de registar a diminuição sofrida na importação dos tecidos em peça e obra ( - 13 395 contos). Vejamos agora, no quadro seguinte e distribuídas pelas três costumadas zonas de intercâmbio, as origens da totalidade de mercadoria importada pela província:

Neste quadro, a percentagem refere-se ao valor em contos da mercadoria importada sobre o total da mesma.

Por aqui se vê que, embora as importações originárias do estrangeiro continuem a deter a primazia, tanto em quantidade como em valor, a metrópole, todavia, se lhe aproxima de ano para ano, enquanto em nível muito menor, se activam igualmente os fornecimentos à província pelos restantes províncias ultramarinas.

Segue-se um quadro em que se especifica a proveniência das principais mercadorias importadas por Angola, nele figurando, contudo, apenas os territórios que lhe forneceram mercadoria de valor total superior a 10 000 contos.