Como se vê, continua acentuada a preponderância da classe que engloba os aparelhos, os instrumentos, as máquinas e os veículos, embora em relação a 1958 tenha baixado a sua percentagem de 34,21 para 33,48.

É de notar também a redução operada na aquisição de matérias-primas, cuja percentagem em relação ao total das importações baixou de 12 para 11,58, depois de em 1957 ter chegado a atingir 15,28.

Finalmente, têm também interesse os aumentos experimentados pelas classes de «Substâncias alimentícias» e de «Manufacturas diversas».

Todavia, relativamente à variação dos preços médios, e não entrando em linha de conta com a classe de «Animais vivos» (que não interessa à análise, pela modesta posição que ocupa), refere-se que à parte os «Fins, tecidos, etc», todas as restantes classes da pauta acusaram diminuições, que se situam entre 0,1 (matérias-primas) e 3 (manufacturas diversas) contos por tonelada. Em contrapartida, porém, foi substancial (8,5 contos po r tonelada) o aumento de preço experimentado pelas mercadorias componentes da classe «Fios, tecidos, etc.».

Como se vê, portanto, no clima de expansão observado em Angola, os bens de equipamento, ao lado dos bens de consumo de primeira necessidade, continuam a constituir o objecto da maioria das compras da província ao exterior, e em 1959 a tendência crescente das importações não só se manteve como se acentuou de fornia manifesta, embora, de uma maneira geral, mais em relação à quantidade do que ao valor, em consequência do embaratecimento do preço da tonelada dos produtos de maior representação na tabela das importações.

Achamos que a política excessiva e indiscriminadamente restritiva das importações não pode ser o remédio eficaz quanto a economias em plena expansão e crescimento: é no incremento das produções destinadas à exportação a no progresso das indústrias que se deve encontrar o remédio mais eficiente para o presente mal-estar da economia. Assim, passemos a observar o que se passa com a exportação de Angola:

Analisemos o quadro seguinte, representativo dos principais produtos de exportação da província, dispostos em ordem decrescente de valores exportados em 1959 não inferiores a 10 000 contos:

Além destes produtos, temos ainda, com exportações abaixo dos 10 000 cantos, o tabaco em bruto e manipulado, o sal, o amendoim, o fuel-oil, o óleo de algodão, o gergelim e, finalmente, o cacau, com apenas 4861 contos exportados, equivalentes a 244 t. Destes produtos, e em relação ao ano anterior, registou-se a maior quebra no amendoim, que em 1958 exportava 4390 t, no valor de 21 099 contos, para em 1959 exportar somente 1131 t, no valor de 7057 contos.

Atentando no quadro atrás, vejamos então o que nos dizem os números nele insertos:

Conforme dados já reproduzidos, a exportação em 1959 movimentou 992 968 t, no valor de 3 587 418 contos, números que indicam um acréscimo de 89 372 t a uma diminuição em valor de 101 098 contos em relação ao ano anterior.

Entre os principais produtos agrícolas que nela figuram, verificaram-se, como se vê, algumas oscilações, tanto em tonelagem como em valor.

Assim, em relação a 1958, saíram cerca de 11 000 t mais de café, mas, apesar disso, as 89 000 t exportadas só renderam 1 387 000 contos, contra 1 506 000 no ano anterior.

As cotações foram, pois, desfavoráveis, como se vê.

O mesmo não aconteceu, porém, em relação a outros produtos, muitos dos quais foram colocados em melhores condições, como o sisal, o feijão, o milho e o coconote.

Os dois primeiros movimentaram-se em maior quantidade e os dois últimos registaram .números inferiores, mas esclarece-se que o acréscimo relativo ao coconote resultou, ao que sabemos, da sua maior utilização pela indústria da província.

Por sua vez, o concurso das indústrias extractivas para a exportação global foi neste ano (1959) mais pronunciado do que no ano anterior, visto que se movimentaram quantidades apreciavelmente maiores tanto de diamantes como de minérios de ferro e de manganês. No seu conjunto participaram com 721 000 contos, contra 636 000 contos em 1958.

No agrupamento dos produtos derivados das indústrias transformadoras, só as conservas de peixe, aliás