foi de cerca de 805 OO0 contos, quase o mesmo, portanto, daquele ano. Com destino a este país foram também embarcadas maiores quantidades de sisal, que renderam mais de 14 000 coutos, mas, em contrapartida, as transacções de farinha de peixe foram inferiores em cerca de 50 000 contos. Assim, no apuramento global das vendas para este país verifica-se uma baixa de 30 000 contos.

Contràriamente, as exportações para o Reino Unido elevaram-se de 600 para 657 milhares de contos, a maior cifra de sempre. Deve-se este facto a ter aquele país comprado a Angola mais diamantes, base, aliás, das suas importações da província. A par disso, adquiriu ainda 34 000 contos de milho, facto tanta mais de salientar quanto é certo que representa para Angola a penetração num novo mercado.

As exportações para a metrópole, ligeiramente inferiores às do ano anterior, desceram, como se vê, de 665 para 653 milhares de contos, e, conquanto importe assinalar-se que comprou mais milho, sisal e algodão, deve referir-se, de outra parte, que adquiriu menos 3300 t de café, quando, afinal, se justificaria antes o contrário, dado o interesse de que para a província se reveste o mercado metropolitano.

Mais substancialmente ainda foi o decréscimo nas vendas globais para a Holanda, pois baixaram de 70 milhares de contos. Para tal descida contribuíram essencialmente o café, cujas vendas decaíram de 23 milhares de contos (333 000 para 310 000 contos), e, sobretudo, as farinhas de peixe, que passaram de 87 para 30 milhares de contos.

Para a Alemanha (Alemanha Ocidental), as importações superaram em cerca de 5000 contos as de 1958. Comprou apenas 33 000 contos de milho, menos 12 000, portanto, do que em 1958, e quanto às de farinha de peixe, produto de que era tradicionalmente um bom cliente, as compras estiveram ao nível das do ano anterior - cerca de 17 000 contos. Nos minérios de ferro de novo se firmou, e a grande distância, como primeiro país importador, mas o aumento global apresentado não proveio deste produto, mas sim de pequenos acréscimos registados nas restantes mercadorias.

Foi bastante volumosa a queda que se registou no valor dos embarques para o conjunto Bélgica-Luxemburgo, que recuou de 132 milhares de contos em 1958 para 68 milhares de contos em 1959, consequência das menores aquisições de milho, café e, principalmente, de farinhas de peixe; estas últimas desceram de 34 para 3 milhares de contos.

A França voltou a ocupar o 1.º lugar entre os compradores de crueira e as aquisições deste produto, que pouco variaram, cifram-se em cerca de 25 000 coutos. No que respeita ao sisal, revestiu a primazia que detinha a favor da metrópole, dado que a sua importação deste produto decresceu de 82 000 para 66 000 contos.

Há ainda que salientar a Itália, no comércio externo de Angola, pela posição que conquistou, visto que as suas compras ascenderam a 66 milhares de contos, por força, principalmente, das farinhas de peixe, produto de que foi em 1959, o principal mercado da província, no qual despendeu 55 000 contos.

E, finalmente, a terminar esta breve resenha, regista-se que as exportações para as restantes províncias ultramarinas decaíram de 124 para 110 milhares de contos. E tal como fizemos para as mercadorias importadas, elaboramos a seguir um quadro elucidativo do quantitativo, em valor e percentagem, dos produtos exportados pela província, segundo a classificação preconizada pela pauta aduaneira:

Como se vê, as matérias-primas e as substâncias alimentícias continuam a esgotar, quase por completo, a totalidade do valor da exportação, pois, no seu conjunto, contribuíram com 99,34 por cento para o valor total das vendas da província.

De entre estas duas classes, continuou ainda a das «Substâncias alimentícias» a ser a mais representativa, com 58,65 por cento das vendas totais, embora em relação ao ano anterior tenha baixado a sua percentagem em benefício da de «Matérias-primas». Posto isto, e porque se trata da mais importante província ultramarina portuguesa, da qual, pelas suas dimensões, riqueza de solo, indústrias, etc., muito ainda há a esperar, vamos abordar, em rápido sumário, algumas considerações sobre a sua situação económica, que nos são sugeridas pela análise conclusiva dos números expostos nos diversos quadros que acompanham o presente relatório e socorrendo-nos também de informações colhidas em fontes autorizadas.

A primeira observação, ao recair sobre a posição da agricultura - principal fundamento da economia angolana -, apenas sugere que, apesar da irregularidade de distribuição das chuvas, o ano de 1959 se apresentou produtivo, persistindo as melhorias verificadas nos anos anteriores e consolidando-se assim a estabilização que sobreveio à depressão de 1955, pois que, como se sabe, esta resultava tanto das baixas cotações dos principais géneros agrícolas de exportação como das quebras de produção da agricultura, causadas pelas desfavoráveis condições climatéricas que perduraram através daquele ano.

E os resultados da produção tiveram directa redundância sobre as remessas da exportação, que subiram, como se viu, de 694 020 t em 1957 para 903 596 t em 1958 e 992 968 t em 1959.

Por sua vez, os valores correspondentes ascenderam de 3 362 763 para 3 688 606 contos em 1958, tendo depois sofrido uma ligeira quebra em 1959, quedando-se em 3 587 418 contos.

Por isso, o comércio externo da província evidenciou em 1959 um deficit bastante superior no do ano anterior, embora menor do que o de 1957.