Na província existem ainda duas caixas económicas: a do Montepio de Moçambique, garantida por ele próprio, e a Económica Postal, garantida pelo Estado.

Existe também uma instituição oficial de crédito aos agricultores -a Caixa de Crédito Agrícola-, estando a sua actividade presentemente muito reduzida por falta de novos recursos financeiros que possibilitem o alargamento de operações, o que parece ser de encarar na reorganização do Fundo cambial, e de que se mostra carecida a instituição.

São três os bancos que funcionam na província: Banco Nacional Ultramarino, Standard Bank of South África, Ltd., e Barclays Bank (Dominion, Colonial & Overseas). A eles se referem, portanto, os números do último quadro. Do conhecimento dos vários decretos sucessivamente publicados e autorizando emissões de moeda metálica na província de Moçambique pudemos elaborar o quadro seguinte, elucidativo da situação da moeda divisionária em 31 de Dezembro de 1958 e 1959:

(o) Por despacho de S. Exa. o Ministro do Ultramar de 10 de Setembro de 1957 foi limitada a 10 000 000$ a emissão.

Conforme se constata, é já bastante elevado o montante da moeda divisionária em circulação. Todavia, por se haver reconhecido a sua insuficiência, sobretudo nas zonas onde a compra de produtos aos nativos se desenvolve em maior escala, tomaram-se oportunamente providências no sentido de ser resolvido o problema, e, assim, em satisfação do pedido nesse sentido feito, foi, pelo Decreto n.º 41 682, de 16 de Junho de 1958, autorizada a emissão de mais a seguinte moeda:

20$ ................... 40 000 000$OO

10$ ................... 20 000 000$00

5$ .................... 40 000 000$00

$20.................... 2 500 000$00

$10.................... 1 400 000$00

Total da emissão......103 900 000$00

Comércio externo e balança comercial Balança de pagamentos Como se trata de uma das nossas mais importantes províncias ultramarinas, antes de entrarmos na exposição numérica do assunto em epígrafe, e justamente para que melhor se compreenda o que esses números possam significar, vamos fazer algumas considerações preliminares acerca do que economicamente se passa em Moçambique, baseados não só em várias fontes de informação oriundas da própria província como lambem na observação quotidiana e no conhecimento directo que a natureza das nossas funções torna possível.

Em relação a 1958 não se verificou qualquer alteração digna de registo na situação económica da província. Esta continua a apresentar as características dos últimos anos nos sectores agrícola, industrial e comercial, isto é, dificuldades de ordem vária.

As baixas cotações de certos produtos básicos da exportação de Moçambique e as dificuldades no escoamento de outros continuaram também a constituir escolhos cuja transposição nem sempre foi possível s em pesados sacrifícios. Mas o mecanismo da produção adaptou-se quanto possível à baixa dos preços e a situação da agricultura melhorou afinal. E, como Moçambique é essencialmente agrícola, todos os outros sectores da sua vida económica sentiram os reflexos desta situação.

Todavia, o comércio continua a bruços com as pesadas consequências dos seus males tradicionais: exagerado crédito ao consumidor e práticas de exagerada concorrência.

De facto, em certos pontos da província, e mais demarcada mente em Lourenço Marques e na Beira, mantém-se a tendência, como se disse, para uma concorrência desregrada no comércio, verificando-se um aumento constante do número de estabelecimentos comerciais.

E como, por outro lado, os colonos assimilados persistem em defender um padrão de vida a que se acostumaram noutra época - que se assemelha ao que predomina nos territórios vizinhos -, e ao qual lhes custa renunciar, embora o actual rendimento de Moçambique, não justifique um tão elevado nível de vida, da exagerada concessão de crédito ao consumidor advêm perturbações graves na situação dos comerciantes, pela consequente dificuldade de cobranças. Posto isto, apresentamos a seguir um quadro que nos mostra a posição da balança comercial no quadriénio de 1956-1959. Como nele se verá, ela apresenta em 1959 um déficit de 1 547 884 contos, tendo as exportações coberto apenas 58,6 por cento das importações.

Há, porém, que dar a este déficit o seu verdadeiro significado - o de uma elevada percentagem do seu montante resultar de aquisições para apetrechamento da província em equipamento agrícola e industrial, o que, de certo modo, representa uma perspectiva do seu progresso económico, dado que as máquinas agrícolas e industriais, geradores e motores eléctricos, tractores e ferro e aço em obra ocupam lugar de relevo nas importações.