para a África do Sul, por ter este país intensificado a sua, própria produção.

Quanto à cultura de citrinas, continua ela a desenvolver-se, ampliando-se as exportações de ano para ano e a um ritmo animador, pois a sua campanha encerrou-se com um total de cerca de 120 000 caixas, equivalentes a cerca de 5 000 000 kg.

323. Sobre a pecuária, podemos dizer, em breves palavras, que, embora de grande importância no distrito de Lourenço Marques e em Tete, não tem, todavia, na vida económica da província, o relevo a que podia aspirar.

No Sul, os criadores europeus, quase todos agrupados em cooperativas, abastecem a cidade de Lourenço Marques com auxílio dos criadores nativos, enquanto a cidade da Beira e os núcleos populacionais do Centro da província são, por sua vez abastecidos por Tete.

Os dois mais importantes centros industriais de Moçambique são as cidades de Lourenço Marques e da Beira.

A concentração de indústrias em Lourenço Marques e regiões circunvizinhas fez-se tendo em atenção as exigências de um grande centro populacional, como o é a capital da província, e as facilidades que resultam do movimento do porto e da ligação ferroviária com a União Sul-Africana. As principais indústrias aqui estabelecidas são: as de cimento, moagem, metalurgia, cerveja, óleos, tabacos, produtos alimentícios e outras do menor importância, tais como as de tanino, materiais de construção, refrigerantes, etc.

A Beira deve, por sua vez, a concentração de indústrias na sua área à situação favorável que ocupa no centro geográfico da província, à proximidade em que se encontra das regiões mais densamente povoadas e a posse de energia eléctrica abundante, proveniente da central hidroeléctrica do Muvuzi I.

As principais indústrias da Beira são as de tecidos de algodão, cimento, lusalite, óleos, moagem, madeiras e amidos. A cerca de 10 km da Beira funciona também uma fábrica de folhados e contraplacados, que, dad a a reduzida capacidade do mercado interno, realiza anualmente para o estrangeiro elevadas exportações.

Por sua vez, trabalha-se actualmente para realizar o projecto de instalação de uma refinaria de petróleo nos arredores de Lourenço Marques, o que decerto trará, grandes benefícios para a população e comércio.

Em resumo: a indústria transformadora tem progredido lentamente, multiplicando-se os estabelecimentos fabris e oficinas e crescendo os pedidos de licenças. Todavia, grande parte dessas unidades industriais está ainda nos seus primórdios, sem grandes iniciativas.

Nos seus aspectos gerais, portanto, o panorama industrial de Moçambique em 1959 não difere muito do do ano anterior. Por último, apenas duas palavras acerca do comércio em Moçambique.

Conforme dissemos já, o comércio de Moçambique está mal. Urge que nos grandes centros urbanos se estabeleça a sua divisão, harmonizando-o com a grandeza, pelo menos, dos dois mais importantes centros: Lourenço Marques e Beira.

A análise geral dos males que enfermam o comércio não se comporta, todavia, dentro do âmbito do presente relatório; mas, contudo, não nos parece inoportuno que aqui se registem, embora superficialmente, certas razões que respondem directa e poderosamente por muitas das dificuldades do comércio moçambicano.

O aumento constante de estabelecimentos do mesmo ramo de negócio, o desvio para a construção civil e para veículos automóveis de importâncias que deveriam ser destinadas, ao movimento comercial, o abuso das vendas a prestações, o desmedido crédito ao consumidor, com o correspondente aumento das chamadas «dívidas de má cobrança», a falta de cooperação entre os comerci antes sem ramos ou especialidades de comércio definidos e a concorrência desenfreada são causas que, como se disse, merecem urgente estudo e consequentes medidas adequadas, pois são a natural consequência da rápida evolução económica da província e, por isso mesmo, apenas males de crescimento, que reflectem não uma situação patológica - que só em raros aspectos se descortina -, mas sim a pujança de vida dessa grande parcela da terra portuguesa.

índia

Situação da tesouraria - Comparação com a situação em 31 de Dezembro de cada um dos anos do quadriénio de 1956-1959 A posição da tesouraria ao cabo de cada um dos anos do quadriénio em epígrafe está definida no quadro seguinte:

e a sua situação neste outro: