nipónicas, por não querer renegar a sua pátria e entregar no massacre os seus irmãos portugueses ria metrópole, que ciosamente ocultava no seu reino, como se tivesse receio de que os circunstantes pudessem duvidar um momento sequer do seu entranhado amor à Pátria, pela qual dentro de momentos iria tombar para sempre no campo da honra, percorrendo com o seu olhar firme e indómito a multidão que o rodeava, pronunciou, num tom imperioso de voz, as seguintes palavras:

Ide e dizei a Portugal que sou português e morro português.

Pois bem. Parafraseando estas mesmas palavras do chefe Jeremias de Luca e interpretando o sentir colectivo de toda a população portuguesa da província de Timor, direi o mesmo: ide e dizei a esses senhores da O. N. U. que nós, Timorenses, somos intangivelmente portugueses e estamos firmemente decididos a sê-lo, (píer na prosperidade, quer na adversidade, quer na vida, quer na morte.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

Sr. Presidente: - Não está inscrito mais nenhum Sr. Deputado.

O Sr. Sarmento Rodrigues: - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sarmento Rodrigues.

O Sr. Sarmento Rodrigues: - Peço licença paru mandar para a Mesa uma moção.

O Sr. Presidente: - Vai ler-se a moção que acaba de ser enviada para a Mesa.

Foi lida. É a seguinte:

Moção

«A Assembleia Nacional, tendo tomado conhecimento da exposição do Sr. Presidente do Conselho e ouvidas as afirmações produzidas na sessão de hoje, que interpretaram o sentimento unânime dos portugueses de todas as províncias de aquém e além-mar, resolve: Exprimir ao Governo da Nação o completo apoio às medidas tomadas para garantir o respeito pelos nossos direitos de nação soberana e salvaguardar a unidade e integridade da Nação Portuguesa:

b) Interpretar o sentimento da Nação da mais completa confiança em que a acção do Governo - no prossegui mento da que até agora tem sido seguida e de harmonia com o pensamento expresso na exposição feita pelo Presidente do Conselho - será a mais conforme à plena realização do interesse nacional, quer no plano exterior, quer no plano interno;

c) Testemunhar a todos os portugueses, e com particular emoção aos portugueses do ultramar, n confiança na intangibilidade dos seus direitos e da sua liberdade;

d) Exortar todos os portugueses a contribuírem com todo o seu esforço para o fortalecimento moral, (anónimo e social das províncias ultramarinas no prosseguimento de uma tarefa histórica de que nenhuma ameaça nos faz descrer ou afrouxar;

c) Exprimir às nações que nos tom prestado o seu apoio constante o respeito ao apreço que lhe merece a dignidade e o desassombro das posições assumidas;

f) Consignar a esperança de que os governos verdadeiramente interessados na defesa da paz e no desenvolvimento da civilização reconheçam que o respeito pela posição portuguesa é a atitude que melhor pode conduzir àqueles objectivos;

g) Proclamar enfim, a sua fé no futuro da Nação Portuguesa e a certeza de que Portugal prosseguirá na realização do seu destino histórico, quaisquer que sejam os sacrifícios impostos por essa inabalável resolução.

O Sr. Presidente: - Submeto à votação a moção que acaba de ser lida.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

A próxima será na sexta-feira, dia 9, tendo por ordem do dia a apreciação da Lei de Meios para 1961.

Está encerrada a sessão.

Eram 10 horas e 29 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Águedo Ornelas do Rego.

Alberto Carlos de Figueiredo Tranco Falcão.

Alberto Henriques de Araújo.

Alberto Pacheco Jorge.

Américo da Costa Ramalho.

António Bartolomeu Gromicho.

António Calapez Gomes Garcia.

António Maria Vasconcelos de Morais Sarmento.

Artur Máximo Saraiva de Aguilar.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Belchior Cardoso da Costa.

Castilho Serpa do Rosário Noronha.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João da Assunção da Cunha Valença.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Pereira Jardim.

José António Ferreira Barbosa.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Sarmento de Vasconcelos e Castro.

José Soares da Fonseca.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Nunes Fernandes.

Manuel Tarujo de Almeida.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Ramiro Machado Valadão.

Sebastião Garcia Ramires.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Urgel Abílio Horta.