Do exposto parece lícito inferir que, na generalidade dos países da Europa Ocidental, a expectativa para o ano corrente é de optimismo, quanto à manutenção do ritmo de actividade produtiva e à salvaguarda do equilíbrio entre os diversos sectores da economia.

No que respeita à América do Norte, as previsões são menos favoráveis, esperando-se certa contracção da taxa de crescimento do produto e das exportações, bem como do consumo privado. Como se nota no relatório ministerial, o acréscimo de 4,5 por cento do produto nacional bruto, registado em 1959, foi triplo do de 1958, situando-se bastante acima da média do último quadriénio (2,75 por cento) e um pouco mais alto do que o do conjunto da Europa Ocidental naquele ano (4 por cento).

Este resultado ficou a dever-se sobretudo ao incremento no sector das indústrias transformadoras e de construção (mais 4,1 por cento) e à notável expansão do total dos serviços (mais 8,9 por cento).

A agricultura, silvicultura, caça e pesca acusaram, em globo, decréscimos, embora ligeiros: ao passo que em 1958 a quebra, nestes sectores, fora de 747 milhares de contos, no último ano verificou-se apenas uma baixa de 143 milhares, ou seja, menos 1,1 por cento.

Relativamente à composição do produto, nota-se que a participação das actividades agrícolas e afins foi, em 1959, de 23,2 por cento, contra 24,5 por cento no ano anterior.

Por seu turno, os conjuntos das indústrias (extractivas, transformadoras e de construção) e dos serviços mantiveram posições bastante aproximadas entre si - respectivamente 37,7 e 37,9 por cento do total.

A capitação do produto continuou, no entanto, a revelar que o ritmo de desenvolvimento da nossa, economia metropolitana, não obstante a melhoria registada em 1959, ainda não mostra ter alcançado nível suficiente.

Variações percentuais do produto nacional bruto (ao custo dos factores) e da sua capitação (a)

(Preços de 1954)

(a) A população do continente foi calculada tendo em conta a sua relação para o total (continente e ilhas), segundo o último censo.

(b) Segundo o relatório da proposta, p. 10, quadro 11.

actualidade a observação formulada pela Câmara Corporativa no parecer de há um ano: semelhante resultado não traduzirá ainda um ritmo de desenvolvimento satisfatório, em face do aumento da população e das necessidades prementes da nossa economia. No capitulo das despesas de investimento, a formatação bruta de capital fixo acusou em 1959 uma melhoria de 4,5 por cento - metade da correspondente à media do triénio anterior e bastante, mais baixa do que um ano atrás. Mas o montante de capital constituído manteve-se em percentagem idêntica à de 1958 - 16,8.

O quadro seguinte documenta o exposto:

Produto nacional e formação de capital fixo

(Preços de 1954)

A orientação dos investimentos continua, todavia, a revelar excessos em finalidades não directamente reprodutivas. No ano de 1959 foram aplicados 1 929 000 contos em casas de habitação, ao passo que as inversões na agricultura, silvicultura e pesca não excederam 1 064 000 contos e nas indústrias transformadoras 2 074 000 contos.

Em transportes e comunicações também os dispêndios - 1 916 000 contos em 1959 - se revelaram desproporcionados com os das actividades produtivas.