caldearam uma vontade e um carácter indispensáveis às grandes, batalhas do futuro.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Lima Faleiro: - Sr. Presidente: durante o último interregno parlamentar produziu-se na capital do Baixo Alentejo um acontecimento que, pela sua alta significação, bem merece ser assinalado nesta Assembleia Nacional.

Refiro-me à luzida homenagem que as câmaras municipais do distrito de Beja, aproveitando o ensejo que lhes oferecia a inauguração oficial, na respectiva sede, de mais dois magníficos edifícios - aquele onde acaba de ser instalada a escola comercial a industrial e o destinado aos serviços do Grémio da Lavoura -, entenderam prestar a S. Exa. o Ministro das Obras Públicas, engenheiro Arantes e Oliveira, a qual, pelo brilho de que se revestiu, pelos valores que logrou mobilizar o pelas afirmações a que deu azo, resultou mima expressivo, afirmação de unidade política e fé nacionalista.

Vozes: - Muito bem!

rural, com seu inevitável cortejo de misérias e sofrimentos, decidiu criar, na lei e no facto, tão esforçada e prestante Comissão, o egrégio estadista a quem se deve um vigoroso impulso no sentido da satisfação de uma das mais antigas aspirações do Alentejo - a sua irrigação -, almejada obra de fomento que, por certo, modificará por inteiro a fisionomia da nossa bela e ubérrima província e promoverá a tão reclamada e necessária elevação do nível de vida da sua laboriosa população.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Vão passados cerca do três anos, três longos anos de vigílias e canseiras sem fim, de constantes peregrinações por esse Portugal além, sempre de olhos postos na valorização da terra e da gente portuguesa.

Mas há de reconhecer-se que mais e mais se agiganta a figura do eminente homem público, cujas faculdades e reputação se mantêm inalteráveis e parecem indemnes ao natural desgaste que é efeito inelutável do simples fluir do tempo ou da dilatada permanência no cargo e que oferece à Nação, que o admira e acarinha, um

exemplo vivo de probidade governativa e perfeita identidade entre as palavras e as acções.

A significativa homenagem que a cidade, de Viseu e seu termo acabam de prestar ao ilustre governante e o sentido altamente honroso da proposta justificativa da concessão a S. Exa. da medalha de ouro de tão nobre cidade dão a medida exacta do sólido prestígio de que o homenageado desfruta de norte a sul do País e do carinhoso interesso com que as populações ávidas de melhoramentos e de progresso, acompanham uma obra de governo tão despida de publicidade e exibicionismo quão perseverante e profícua.

Nesta hora de renovação o engrandecimento do nosso país, as obras públicas hão-de continuar no primeiro plano das preocupações e dos programas da governação, por isso que constituem ou servem de base a um amplo sector do equipamento económico da Nação e nelas se apoia, em grande parte, o progresso social e cultural da gente portuguesa.

Em tão esperançosas palavras, proferidas na cerimónia da sua posse, há mais de um lustro, se contém todo um programa de governo, que sábia e escrupulosamente executado, produziu uma obra notabilíssima de cujos benefícios partilham, tão equitativamente quanto possível, tanto os distritos do continente como os das ilhas adjacentes.

Sr. Presidente: costumo folhear -e sempre o faço com interesse e proveito - os esclarecedores relatórios que documentam a operosa actividade do Ministério das Obras Públicas, e não devo esconder de V. Exa. nem da Câmara a esplêndida e animadora impressão que me deixou a leitura dos dois volumes vindos a lume o ano passado, que reflectem a actividade desse Ministério no biénio de 1957-1958.

Verifica-se, na verdade, que é superior a 1 milhão de contos a verba despendida com obras concluídas no ano de 1958. E quando se considere que outras se iniciavam o muitas prosseguiam, a nossa atenção é naturalmente atraída para um investimento financeiro ainda mais avultado.

Sr. Presidente: no encerramento, em 1948, da grande Exposição de Obras Públicas, documentário admirável - por certo já de muitos esquecido - da obra prodigiosa realizada pelo Estado Novo em vinte anos de autêntico ressurgimento nacional, um olhar retrospectivo pelo caminho percorrido inspirou ao ilustre Chefe do Governo além de outros, os seguintes comentários:

Debalde, se procuraria o traço que denotasse uma preferência de região, uma classe favorecida, o exclusivismo de uma necessidade pública ou privada.

E depois de acentuar, em homenagem à verdade, que a obra realizada abrangia «tudo o que é a vida real de um indivíduo ou de um povo no seu mourejar diário, na sua alegria e na sua dor, na sua ânsia de elevação material ou moral, no seu desejo de imortalidade», S. Exa. concluiu:

Essa obra, variada e multiforme, de majestosos edifícios ou pequenas habitações graciosas, de largas estradas e caminhos rústicos, de fábricas e de igrejas, de portos o de barragens, de escolas e de hospitais, de castelos e do quartéis, não nasceu do acaso, mas do nosso próprio conceito de governo e da sociedade portuguesa, ou seja de uma sociedade hierarquizada sem privilégios, trabalhadora sem servidão, modesta sem miséria, progressiva sem despegar-se do passado, de que se