nós, sobre as condições e recrutamento da mão-de-obra no Portugal africano.

A Bielorrússia é uma dependência soviética.

A Federação Sindical era dominada por mais que esquerdistas.

E a sociedade antiesclavagista aninhava-se na City dos negócios.

Logo de entrada, o "comité especial do trabalho forçado" do B. I. T. afirmou não ter chegado a qualquer conclusão - tanto sobre a procedência das alegações como sobre a validade dos elementos informativos de que a mesma dispunha.

Na altura, o Governo Português informou o seguinte, sem com isso estar disposto a reconhecer ao comité a competência que ele se arrogara:

A acusação de trabalho forçado pela sociedade antiesclavagista londrina era vaga, imprecisa, não concretizava e chegara destituída de provas.

Reportava-se a um alto funcionário britânico que se não mencionara e ouvira-se numa colónia inglesa, inteiramente desconhecida.

Não sei se vêem bem! - como dizia o famoso comentador do Código Civil, J. Dias Ferreira.

Por outro lado, os londrinos invocavam um regulamento de 1914, há muito revogado.

O nosso Governo mostrava que as disposições constitucionais e as leis contrariavam, em absoluto, tais factos.

A segunda acusação dirigia-se ao recrutamento de trabalhadores angolanos, a fim de tomarem parte nas plantações da cana-de-açúcar.

Havia contratos.

Havia contratos com direito a .salário justo e a assistência, sob a vigilância cuidada e atenta das autoridades.

Assim, ao que o Governo sabia, eram raras as infracções.

Também se contestava, e repugnava à imparcialidade da Administração a existência de favores especiais a qualquer empresa.

A terceira dizia respeito à emigração temporária de trabalhadores de Moçambique para o Rand.

Faziam falta em nossa casa, mas nenhuma pressão sobre este fluxo e refluxo humano podia ser exercida.

Desde 1928 existia uma convenção que os protegia, e acobertava - uma organização que zelava pelos seus interesses e situações, composta de um comissariado em Joanesburgo e de agentes especiais nas regiões mineiras.

Era de tal ordem o afã dos acusadores que, sem escrúpulos, haviam retomado as acusações dos chocolateiros, de há 50 anos, e consideraram como testemunhos actuais as antigas queixas sobre a repatriação de serviçais de S. Tomé trabalhando em Angola.

Houvera dificuldades, meio século antes, é certo, quando os barcos em serviço eram em pequeno número e de fraca tonelagem.

Pois hoje o assunto estava fechado e o serviço de comunicações apresentava-se inteiramente normalizado.

Dois escritores afinavam pelo mesmo tom, nesta estafadíssima ária do trabalho forçado.

Um - um jornalista norte-americano, prolixo, proliferante e enxundioso, que, em rápidas deslocações aéreas sobre a África, ganhou um campeonato de 922 páginas, sem contar o índice.

Pretendeu denegrir-nos, insultar-nos, desacreditar-nos.

Como?

Estudando?

Vendo s examinando?

Conhecendo os factos históricos?

Por um mapa verifica-se que foi de Léo a Luanda de avião; daqui partiu para Lourenço Marques, e daqui foi para Joanesburgo.

Atravessou Angola de avião e cortou também por este meio de transporte a Zambézia. Nada mais.

É possível que, mesmo assim, o fizesse de noite ou dormindo.

Outro viajante apressado e zeloso foi Davidson.

O editor dizia dele, em reclamo, que fizera trabalho exaustivo.

E como?

Entrou na fronteira de Angola, por Teixeira de Sousa, chegou ao Lobito em l de Fevereiro. Partiu de barco para Luanda - a viagem é morosa -, onde - estava a 7. Dia 10 seguiu de avião para Léopoldville.

Portanto, as suas informações, o seu trabalho exaustivo, foram colhidas um quatro ou cinco dias úteis, quando muito.

Atacou tudo: empresas, contratos, salários, os bairros indígenas, a assistência e os hospitais.

O governador-geral, Silva Carvalho, um grande dirigente e amigo inquebrantável, que Deus tenha no Céu, pulverizou e esquematizou o apressado e ligeiro viajante, que melhor seria pregar na sua terra os seus sermões.

Campanha menos espectacular, menos violenta, mas nem por isso menos insidiosa, tem partido, nos últimos anos, da Présence Africaine, da ala comunista e dos aliados de Jean-Paul Sartre, o conhecido e, não se- sabe bem porquê, o traduzido autor das Mãos Sujas e do Congresso dos Povos contra o Imperialismo.

Estes consideram os elementos africanos como dotados de uma vitalidade e de uma cultura abundante, copiosa e original, que merece ser preservada e restituída.

Querem arrebatar aos brancos a direcção política e a direcção económica.

O negro encontrar-se-ia consigo mesmo na luta contra outrem, na fome secular, na desolação, nas degradações da sociedade tribal.

Um tufão tropical há-de varrer a África, para ficarem os nativos, com raízes na Natureza, nas queimadas, na savana, fora da civilização e à mercê dos instintos desencadeados.

São teses de negritude e de um novo Orfeu, agitado mas rítmico.

Pelo que nos toca, todos aqueles impugnam o convívio português, a unidade portuguesa, a sentimentalidade portuguesa, a obra de atracção, acentuação e liga-