Podemos dizer que o problema actual está aqui sintetizado por forma clara e concludente, mas querendo trazer a minha achega para o estudo deste problema

organizei cuidadosamente um mapa que nos dará mais expressivamente o drama da vida agrícola no momento que passa:

(a) Média dos oito primeiros meses.

Está muito longe de estar completo este mapa, mas tal como está chega, para demonstrar que a lavoura tem razão quando se queixa e ainda os motivos de certas anomalias que todos estranhamos.

Não há dúvida de quo os preços dos produtos industriais se não distanciam muito, mas estão na sua quase totalidade acima dos preços agrícolas.

Onde porém as distâncias nos são particularmente adversas é na mão-de-obra. Sabemos que os distritos de Lisboa e Santarém não são o Pais, mas talvez, possamos dizer que é neles que a agricultura está mais evoluída e onde, consequentemente, seria de facto possível que a economia agrícola, até pela raridade dos produtos e proximidade da capital, poderia ter mais defesa, e, todavia, o panorama, que se nos oferece não é animador.

Já acima reconheci que seria estultícia pensar-se que no campo agrícola tínhamos atingido uma evolução satisfatória.; creio, porém, quo nesse capítulo há uma quota-parte de responsabilidade que pertence ao Estad

Não há evolução agrícola conduzida com possibilidades de êxito sem assistência técnica.

Diz, o Sr. Ministro das Finanças: «De facto só da valorização técnica da lavoura, que já nos últimos anos tem sido encarada e levada a cabo com regularidade, de uma conveniente e dinâmica política de preços, poderá melhorar-se a posição que a lavoura ocupa no conjunto produtivo nacional».

Ora, que eu saiba, o que há de positivo em matéria de assistência técnica, ou pelo menos o que chega directamente à lavoura, é que ela foi prevista e dotada no actual Plano de Fomento.

Sucede, assim, que a assistência técnica ó nina espécie de «corro a salvar-te» do Tratador, e o que é preciso não é só anunciar que se corre a salvar, mas salvar efectiva e o mais rapidamente possível, uma vez que se concorda, e muitíssimo bem, que essa é uma forma adjuvante para modificar o actual estado de coisas.

Não pretendo minimizar as dificuldades do solução do problema, pretendo ap enas afirmar quo se está longe, muito longe, da solução conveniente e eficaz.

E, porque S. Exa. o Sr. Ministro das Finanças encarou com inteligência, e decisão o problema dos preços voltemos ao meu mapa, que suponho esclarecedor.