tanto a tão poucos! Bom será então que o País tenha confiança naqueles que o governam, seja qual for o sector da governação.

Hoje, a Convenção de Estocolmo, que instituiu o Mercado dos Sete; amanhã, uma convenção que alargará o âmbito da actual cooperação de economias - a que Portuga, tem de dar a sua adesão (simplesmente porque quer sobreviver!) -, isso levou todos os países industrializados a um trabalho que está a ter tanto de ciclópico como de ciclónico! E para quê? E por que motivo? Para quê? Para as suas indústrias próprias (enormes que elas já são!) congregarem esforços, quase sempre na concentração em superempresas. Por que motivo? Porque só assim poderão resistir aos embates da concorrência que umas nações farão às outras. E só assim visto que só desse modo os custos da produção absorverão, até quase ao zero (no conceito da diluição pela quantidade produzida), todos os encargos chamados indirectos da produção, sabido como é que os custos têm, com o aumento sucessivo da produção, uma descida mais que proporcional a qualquer aumento normal, se o houver, desses encargos indirectos.

Fervilham lá fora os estudos de gabinete e de campo, mais (mas muito mais!) no seio das empresas do que no dos departamentos governamentais. Tudo fruto da intuirá consciencialização de que estão as nossas grandes concorrentes apossados quanto sus actividades industriais comerciais de actividades: de que são grandes senhoras desde os alvores (fins do século XVIII, princípios do século XIX), da Revolução Industrial, de que foram personagens ou comparsas actuantes e não meras espectadoras, como outras nações o foram (e entre estas Portugal). Fervilham esses estudos, entrando em linha de conta com os minutos que decorrem ou faltam paira os sucessivos desarmamentos pautais decorrentes da cooperação estabelecida - e sei bem que, quanto a Portugal, os ficheiros dessas enormes empresas de lá de fora contam, parcela a parcela, coluna a coluna, com posição de quem pode esperar. Na corrida contra-relógio em que estamos empenhados, mal podemos adivinhar se certos interesses de hoje poderão ser amanhã levados em conta integralmente, perante os incessantes saltos das circunstâncias. Demais a mais, quando essas circunstâncias nos são postas com uma premência e com uma cadência tais pelos de fora que bem podemos dizer que surgem no jeito de uma proposição em que o que vale é a força, o poderio económico já organizado há um ou dois séculos.

Caminha para as duas dezenas o número de comissões que estudam de há dois anos para cá a reorganização de indústrias nacionais. Algumas já entregaram superiormente os seus estudos.

Dessas comissões, tenho de lhes seguir, de longe ou de perto, como presidente da Corporação da Indústria, o labor de que raros no País se apercebem - um labor que envolve já o sentido indicador da justiça de soluções e até de caridade que elas possibilitem sem se quebrar o superior interesse da Nação. Porque, em boa verdade, quando menos se julga,, aí temos uma solução em que os interesses dos indivíduos surgem arrumados de forma inesperada, mas consentida, humana e agradável para quem tenha de dar a decisão final. E quanto a forma humana e agradável, lá temos nós o caso da sociedade que resultou da reorganização da indústria dos lacticínios da Madeira, em que, embora as cooperativas agrícolas estivessem em 1959 apenas com 42 por cento de posições finais (leite laborado), estando as empresas industriais com 58 por cento, o Governo conseguiu das últimas que os partes ficassem iguais: 49 por cento para cada - com 2 por cento parca a Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal, esta, sem dúvida, a servir de bom volante no trabalho social que se irá fazer em uma unidade moderna para o fabrico e comércio de todos os produtos que tenham o leite como matéria-prima (incluindo a venda do leite em natureza), e tomando em conta as exigências higiénicas e tecnológicas que superiormente forem impostas (uma unidade moderna, dizia, que substituirá as 30 fábricas que lá existem - 30 fábricas necessariamente impotentes para a realização dos superiores fins da defesa económica local e nacional).

O Sr. Virgílio Cruz: - Para esclarecimento da Assembleia, V. Ex.ª pode fazer o favor de nos dizer quais foram as conclusões a que chegou a comissão de es-