imediata de destruição de vidas, ceifadas em cobardes golpes de traição.

permanência dos jornalistas estrangeiros são outros elementos que nos indicam, sem qualquer dúvida, a origem e a quem atribuir a responsabilidade concreta do que se passou. Não tardará a vir ao conhecimento geral todo o pormenor, agora ainda reservado por natural conveniência de defesa. Entretanto, porém, podemos afirmar, sem receio de desmentido, que não há portugueses envolvidos nessa escumalha. Não os há porque nenhum português digno desse nome, qualquer que seja a sua política, jamais fará causa comum com criminosos que apunhalam, a Pátria pelas costas na calada da noite.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É de sempre a existência de aventureiros mercenários, que se vendem a quem mais der. Em todas as épocas existiram traidores, filhos de Judas, que sempre tiveram o mesmo fim: afogados na lama onde viveram, ou se criaram, no desenvolvimento das suas raivas e despeitas.

Se amanhã vierem dizer-nos que algum elemento dos que tão torpemente agiram havia nascido português, lamentaremos mais os progenitores, cujo desgosto acompanhamos, certos de quanto sentem por terem perdido os seus filhos.

A reacção dos Angolanos foi calma. Souberam enfrentar os acontecimentos com elevação e ordem. Porém, essa calma e essa elevação estiveram estritamente ligadas à confiança que depositam nas forças encarregadas de manter e vigiar pelo sossego das suas vidas - das suas vidas de trabalho e progresso -, que nunca se identificarão com aventuras, menos ainda quando provindas do exterior.

É bom frisar, que o patriotismo indefectível dos Angolanos teve de ser reprimido, não obstante essa confiança, para impedir que imediata e definitivamente pusessem cobro a outras veleidades como as verificadas, no expandir de um sentimento unânime de repulsa pelo atentado à sua dignidade de portugueses.

Não é ainda ocasião para aclarar todos os pormenores. Contudo, sem quebra de sigilo, podemos bem afirmar a origem dos factos verificados. Só quem não queira ver, pela pior das cegueiras - a voluntária -, poderá duvidar de quem foram os verdadeiros responsáveis do que aconteceu em Luanda. Não são já os Portugueses que o têm afirmado só. Homens responsáveis, independentes, com visão clara, têm referido as ofensivas do comunismo em Africa, ao mesmo tempo políticas e económicas, servindo-se de todos os meios para atingir os seus fins: a subversão, o caos, a que procuram chegar por todos os processos.

Não há muito que aqui denunciámos as manobras deste inimigo da civilização levadas a efeito na O. N. U. perante a condenável passividade de nações que deviam ter tido a coragem de afirmar a verdade e não se acobertarem na defesa impensada de supostos interesses particulares, que nem a experiência de consecutivos desaires tem esclarecido serem enganosos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O inimigo é comum e há que ter coragem de o enfrentar sem concessões, que só lhe têm dado incitamentos a prosseguir na sua obra, que nem sequer tem genialidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É velha a estratégia: dividir para vencer.

Aqueles que não têm apoiado desassombradamente a razão que sabem termos só contribuem para o próprio mal, adiando a decisão que, por mais tardia, mais dolorosa se lhes tornará. E dizemos que se lhes tornará porque a nós, que não ignoramos o inimigo nem lhe voltamos a cara, não nos surpreende hoje, nem nos surpreenderá amanha. Continuamos a lutar contra ele com todas as nossas forças, certos de que não seremos vencidos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Honrando a memória dos que acabam de perecer em Angola ao serviço da Pátria, os portugueses de lá, os portugueses daqui e todos os portugueses espalhados pelo Mundo mais cerrarão as suas fileiras, mais se unirão no reafirmar de um ideal comum: a Pátria una e imperecível.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Na sua defesa, apoiados na força que nos dá a razão que sabemos ter, apoiados na firmeza da vontade inflexível do Governo, recente e claramente exposta pelo seu Chefe, saberemos defender o nosso Portugal onde quer que ele se encontre.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Ficaremos em Angola, como em Timor, como em qualquer outra província, onde quer que ela afirme a existência de Portugal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Se o progresso de Angola mais invejas suscita, mais ânimo teremos para a defender e para sempre lá ficarmos, vivos ou mortos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei sobre o plano de viação rural.

Tem a palavra o Sr. Deputado Santos Bessa.

O Sr. Santos Bessa: - Sr. Presidente; desde há anos, quer nesta Câmara, quer em várias reuniões políticas, te-