Honra a todos os que cumprirem galhardamente o seu dever, aos que sobreviveram e aos que caíram vítimas das balas dos sicários a soldo do comunismo.

Honra também à imprensa portuguesa, que tem demonstrado, sem quebra das ideologias políticas que professe ...

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Orador: - ...o seu patriotismo e incitado todos os portugueses a cerrarem fileiras em torno do Governo da Nação, que tem provado de forma, insofismável bem zelar os interesses da Pátria, o seu bom nome ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - ... a sua integridade, e trabalhado sempre para a sua grandeza e prestígio no concerto mundial das nações.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. André Navarro: - Sr. Presidente: através da imprensa diária, cuja admirável lição de patriotismo e de independência neste período conturbado de vida internacional me apraz realçar, teve o País conhecimento da nota antipatriótica subscrita por um grupo de indivíduos que se intitula representativo da oposição à actual situação política.

Vejo, pelas afirmações expressas nesse incrível comunicado, que o grupo tão representativo da Oposição, como se afirma, procura mantê-la inteiramente divorciada dos superiores interesses da Nação, ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - ... tentando minar apenas a resistência deste admirável povo sujeito hoje aos embates de uma guerra fria, vigorosa ofensiva de uma força internacional que tem como único fito a destruição de um dos mais sólidos baluartes da defesa do Ocidente.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Confunde-se nesse escrito, e com o único propósito de desvirtuar factos, dando declarado apoio a um acto criminoso praticado por um bando de gangsters internacionais chefiados por um pirata, acto de verdadeiros corsários, como era comum em épocas recuadas da nossa história, quando mareantes portugueses torneavam as costas do Norte da Europa e mais tarde das Américas e do Extremo Oriente, pretende confundir-se, digo, esse nefando crime com uma bravata revolucionária realizada em território nacional sob a protecção da bandeira das quinas! Esqueceram-se, porém, esses qualificados representantes da Oposição, de mencionar as nacionalidades da maioria dos componentes do bando criminoso e até as cores e símbolos da bandeira empunhada orgulhosamente pelo seu famigerado chefe. Definem-se assim, como dizia lapidarmente um dos órgãos da imprensa portuguesa, «perante os oposicionistas de são patriotismo, que não podem, evidentemente, numa hora grave de apelo à unidade nacional, acamaradar com estes fantasmas da desgraça, soturnos pescadores de águas turvas».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Vemos ainda, acrescentaremos nós, esses dirigentes, que se designam representativos de massas compactas da população, darem inteira solidariedade política a posições antinacionais de uma união ibérica, com o ferrete marcadamente comunista. Vemos ainda, insisto agora, confirmado pelos próprios, as conclusões apresentadas nesta Assembleia na última sessão legislativa, quando demonstrei, em face de inúmeros documentos, a inteira submissão de Delgado e dos seus acólitos as forças do comunismo internacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A finalidade desta actuação dos três dirigentes máximos da Oposição está, pois, bem patente - conseguiram apenas, marcando posição, as boas graças dos Kruschtchevs nascidos para cá dos Pirenéus.

Pretende-se também neste execrando documento, e com clara finalidade de criai- no espírito público, neste momento grave de desorientação internacional, atmosfera de derrotismo, fazer crer que as forças armadas deixaram de ser o grande sustentáculo da ordem e do progresso nacionais. Confunde-se assim, propositadamente, uma atitude de união de todas as forças nacionais em volta da única e sagrada bandeira com uma ridícula posição de desapoio a uma situação que é expressão dos anseios e das virtudes admiráveis que sempre ilustraram as nobres forças armadas de Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E são estes signatários de tão ridículo documento, agora, pelo visto, aduladores das forças da ordem, os mesmos que apoiam o grupo de conspiradores que conspurcam terras do Brasil, atacando sistematicamente o nobre exército de Portugal em linguagem que faz coro com a de um já cómico palhaço do trabalhismo inglês.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E, a propósito da forma como esses uivos são recebidos pela patriótica colónia portuguesa do Brasil, não deixarei de citar as seguintes palavras, pronunciadas há dias pelo ilustre presidente da Federação das Associações Portuguesas do Rio de Janeiro. Ao referir-se a Salazar, dizia este ilustre português: «Um homem que se dá totalmente ao seu país, que continua com todas as horas tomadas pela governança da Nação, que ao longo de toda a sua vida se tem dedicado exclusivamente a conduzir Portugal aos seus altos destinos. Ele é bem merecedor do respeito e da admiração de todos nós e tem-na, sem reservas, nem limites. Toda a colónia portuguesa do Rio, como todas as outras colónias portuguesas espalhadas pelo Brasil, repudiam, abertamente, o acto de Galvão e as atitudes de Humberto Delgado».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!