A indústria transformadora de Moçambique concentra-se principalmente em duas zonas: Lourenço Marques e Beira.

Não é difícil verificar como a densidade de povoamento, as infra-estruturas ou a própria energia justificam tais localizações.

O seguinte quadro permite comparar as produções industriais nos anos de 1953 e 1958:

As potencialidades em energia eléctrica são vastas. As realidades actuais merecem, aliás, ligeira anotação.

Assim, a produção no período de 1953-1957 foi (em 1000 kWh):

Com o aumento de potência da central do Mavuse, no Revuè, de 10 MW para 46 MW, iniciou-se em 1957 o fornecimento de energia à Rodésia. O número de unidades vendidas (KWh), que deveria atingir, pelo menos, 43,5 milhões em 1957 e 57,4 milhões em 1958, será, até fins de 1967, de 1150 milhões, traduzindo-se num resultado ilíquido de 260 000 contos (quase 25 000 contos anuais) para a província (cf. relatório da Associação Industrial Portuguesa citado).

Além da central do Mavuse, entrou em funcionamento este ano (1959) a de Chicamba Real, integrada no plano geral ide aproveitamento dos recursos hidráulicos da bacia hidrográfica, que elevará para 200 GWh a produção da energia no Revuè, quando toda a potência estiver instalada (1964). A albufeira criada em Chicamba Real, com os seus 1700 milhões de metros cúbicos de capacidade (quase o dobro da do Castelo do Bode, para utilizarmos um termo de comparação conhecido), será a maior em território português.

Os investimentos na 1.ª e 2.ª fases ascenderam a mais de 250 000 contos. O II Plano de Fomento atribui a esta rubrica 150 000 contos, que serão despendidos até 1962 em obras de ampliação.

Entre os escalões do Mavuse e de Chicamba Real admite-se ainda a possibilidade de construir outra albufeira em Tzate, permitindo obter uma potência adicional da ordem dos 700 MW (cf. Rui Martins dos Santos, Alguns Pólos do Desenvolvimento Económico Africano).

Mas a grande esperança de Moçambique é o aproveitamento do Zambeze, para cujos estudos se incluíram 100 000 contos no II Plano de Fomento.

Já em anteriores pareceres sobre as contas públicas do ultramar se calculava, relativamente ao escalão de Cahora Bassa, uma produção anual média de 20 000 GWh a 30 000 GWh.

Salientamos a importância do sector dos transportes e comunicações na economia de Moçambique. Torna-se, aliás, desnecessário referir aqui elementos relacionados com os serviços prestados pela província aos territórios vizinhos.

(Estas receitas, atingem anualmente um milhão de contos).

Sr. Presidente: procuraremos agora salientar, em números globais, algumas notas respeitantes à evolução comparada das duas grandes províncias portuguesas de África.

Recorremos para tal a indicadores relacionados com o movimento da população branca, os planos de fomento, as balanças comerciais, os montantes de investimento e os meios de pagamento.

Fixemo-nos, pois, embora sumàriamente, nestes aspectos: Movimento populacional. - Todas as razões justificam uma presença muito mais volumosa de população branca na África Portuguesa.

No período de 1953 a 1959 o movimento populacional entro a metrópole e as duas províncias acusou os seguintes saldos, favoráveis a Angola e Moçambique:

Em contrapartida, nestes mesmos anos o número de emigrantes da metrópole, sem considerar os retornados, foi de:

É, na verdade, de lamentar que tenhamos perdido todo este capital humano para o desenvolvimento de terras portuguesas!

b) Plano de Fomento. - Os investimentos despendidos por conta do I Plano de Fomento foram (em contos):