evitando o desemprego, não possam dar causa ao enfraquecimento da indústria, fundamentado até em faltai de mão-de-obra.

Cabe uma grande parcela de culpa do que se está passando no grau de responsabilidade inerente às entidades patronais e seguradoras da silicose, responsabilidade que se torna necessário compreender e garantir.

Problema de tão extraordinária delicadeza há que encará-lo de frente, procurando-lhe a melhor solução, que impõe sacrifícios a que não pode fugir-se.

A defesa da vida humana não tem preço. Perante essa extraordinária valorização, o maior capital de um povo e da humanidade, são bem aceites todas as medidas de segurança compatíveis com a defesa da existência do indivíduo.

O contrato colectivo de trabalho, com o aumento de salários, esquecido o problema da silicose, não é justo nem é humano, sendo irrealizável perante as circunstâncias em que vivemos.

Há que resolver estes dois problemas, encarando-os em conjunto, como um todo defensor do operário e defensor da empresa, olhando a vida através da graça concedida pela Providência criadora do universo, dando ao homem o lugar que por direito divino lhe pertence.

Mas um acordo, para ser firme e justo, impõe a organização económica da indústria, dentro de um sistema rígido de segurança colectiva, olhando com clarividência AO bem comum, no combate à anarquia em que a exploração da indústria louseira vem vivendo e que pode afundá-la.

O Sr. Ministro das Corporações é um estadista altamente digno, inteiramente ao serviço da Nação.

Estamos absolutamente convencidos de que deve ter maduramente cogitado sobre problema de tanta relevância e projecção como este é e são outros de igual valia que se lhe apresentam.

Pode confiar-se na sua acção, sempre orientada pelos princípios em que o seu magnífico espírito se formou, num ambiente onde a caridade e a justiça vivem sinceramente irmanadas na prática, das melhores virtudes.

São reconhecidamente difíceis as circunstâncias em que o problema se agita. Não sendo fácil a solução, confiamos na vontade e na inteligência do Ministro a quem tal tarefa cabe.

Sr. Presidente: a responsabilidade das doenças profissionais, silicose à frente; a reorganização da indústria em princípios de concentração, quer no ramo da produção, quer no ramo comercial, obedecendo à indispensável rentabilidade, base económica necessária à segurança e à higiene do trabalho, e ainda o reajustamento de salários, de harmonia com as necessidades do operário, são condições precisas ao desenvolvimento e ao progresso de uma indústria de tão saliente projecção na vida do trabalhador mineiro e do industrial orientador desta actividade.

Tomando por base estes princípios, após a limagem de certas arestas, filhas de incompreensões, egoísmos ou ambições insólitas, teremos realizado magnífica tarefa, levando a tranquilidade e o bem-estar a todos quantos prestam o seu concurso à indústria louseira, tornada útil (c) progressiva, a bem da comunidade.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.